“Transformar os produtores do Pantanal em produtores da Natureza”. Desta forma, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck resumiu os dois projetos apresentados hoje (21) ao governador Eduardo Riedel, que colocam Mato Grosso do Sul ainda mais perto de obter o Estado Carbono Neutro 2030. Em evento realizado no Receptivo, representantes do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e da Fazenda Cristal em Corumbá, apresentaram ao governador, ao senador Nelsinho Trad, deputado Paulo Corrêa, secretários Jaime Verruck e Artur Falcette, além do diretor do Sebrae Cláudio Mendonça, Fiems, e Famasul, os projetos que visam preservar a biodiversidade e o meio ambiente.
“Nós lançamos hoje dois produtos inéditos em Mato Grosso do Sul: um crédito de biodiversidade do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e a primeira certificação de uma fazenda de carbono neutro no Pantanal. Esses dois projetos são estratégicos e importantes tocados pela iniciativa privada para que consolide MS primeiro como Estado Carbono Neutro, mas principalmente consolidando a Lei do Pantanal”, enfatizou o secretário Verruck.
O Projeto de Conservação Fazenda Cristal, conduzido pela VERTecotech, foi apresentado pelo proprietário, Milton Insuela Jr. A fazenda realiza atividade de florestamento – conversão de área de pasto para uma formação nativa de bambu, planta com forte potencial de remoção de CO2 da atmosfera.
A meta é promover a conservação de formações primárias e secundárias manejadas de áreas nativas preservadas. O foco é garantir uma restauração completa da vegetação com o propósito de aumentar o potencial de armazenamento de carbono em sua área, visando a redução dos efeitos do aquecimento global juntamente com o desenvolvimento social.
Crédito de Biodiversidade
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) trouxe o projeto de créditos de biodiversidade para a onça-pintada no Pantanal. O projeto é uma iniciativa inédita no Brasil. O crédito de biodiversidade é gerado quando há resultados positivos na preservação ou restauração da biodiversidade. É uma maneira de recompensar quem conserva a vegetação nativa e os animais, como é o caso da onça-pintada.
O presidente do IHP, Ângelo Rabelo explicou que esse projeto de créditos de biodiversidade ocorre em uma área de aproximadamente 50 mil hectares (equivalente a 50 mil campos de futebol), distribuídos em três RPPNs localizadas na Serra do Amolar, borda oeste do Pantanal de MS. Ainda estão envolvidas nas ações de conservação quatro comunidades ribeirinhas, o que representa ao menos 57 famílias mapeadas.
A Regen Network, plataforma de marketplace para o mercado mundial de biodiversidade e conservação, e a Okala, empresa global que direciona cientistas em biodiversidade e ecologia para atuar na conservação de projetos em 1 milhão de hectares de áreas monitoradas na América do Sul, África e Europa, são parceiros nesse projeto.O crédito pode ser integrado a outros Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA). O projeto está disponível para empresas, startups e pessoas físicas na plataforma da Regen.
Recompensar o produtor rural que espécies nativas como a onça-pintada em área preservada, reflorestar áreas com mata nativa, preservar córregos, rios, nascentes são apenas alguns exemplos de como a geração de crédito de carbono extrapolou os gráficos e contas complexas. “São projetos importantes para que os nossos produtores do Pantanal passem a ser produtores de natureza, assim como já são grandes preservadores, são pecuaristas. Mas é importante que hoje nós temos modelos certificados internacionalmente que podem adicionar remunerações a estes produtores”, complementou.
Verruck reforça que as iniciativas apontam um Mato Grosso do Sul como um referencial em ações conservacionistas e desenvolvimento. “MS está caminhando para o Carbono Neutro com projetos consistentes e principalmente com a liderança do governador Eduardo Riedel mostrando que podemos ter desenvolvimento econômico, social e preservação ambiental”, finalizou.
Rosana Siqueira, da Semadesc
Fotos – Mairinco de Pauda