Em 2022, o início da produção de etanol de milho trouxe um incremento de 21% na produção de etanol em Mato Grosso do Sul, que até então só produzia o biocombustível a partir da cana-de-açúcar. Incentivadas pelo Governo do Estado, as usinas da Inpasa, em Dourados e Neomille, em Maracaju marcam, de acordo com a Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), a terceira fase de expansão do setor sucroenergético sul-mato-grossense.
Os investimentos atraídos pela administração estadual para a implantação dessas duas indústrias fazem parte da estratégia do governador Eduardo Riedel de ampliar e fomentar a diversificação da matriz energética a partir de fontes de energia limpa e renovável no Estado, contribuindo para atingir a meta de tornar Mato Grosso do Sul um território Carbono Neutro em 2030.
A Neomille inicia sua produção até o final de 2023, enquanto a Inpasa já está em pleno funcionamento e no ano passado já produziu 318 milhões de litros de etanol hidratado e 367 milhões de litros de etanol a partir do milho em 2022. No total, a produção de etanol alcançou 3,2 bilhões de litros, volume 33% maior em relação à safra passada, conforme os dados da Biosul.
Na avaliação do secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), a expansão do etanol de milho é estratégica para Mato Grosso do Sul e o segmento ainda proporciona a produção de outros produtos como o DDG, diversificando a base econômica do Estado.
“Hoje, temos uma empresa operando no Estado e outra que será inaugurada este ano, que coloca o Estado no cenário nacional de produção de etanol. O Governo de Mato Grosso do Sul entende que este é um caminho estratégico para o Estado e vamos captar novos investimentos e que essas indústrias já instaladas façam a ampliação das suas produções pela estruturação desta cadeira produtiva”, afirmou o secretário após acompanhar o governador Eduardo Riedel em reunião na manhã desta quarta-feira (12) com representantes da Unem (União Nacional do Etanol de Milho) e da Biosul.
O presidente-executivo da Unem, Guilherme Nolasco, comentou que “o etanol de milho tem um grande potencial aqui no Mato Grosso do Sul, o segundo maior estado produtor no Brasil. Mostramos ao governador, o potencial de economia circular, tanto no desenvolvimento de florestas plantadas como na produção de um biocombustível, com energia limpa. E por fim, toda a relação da cadeia de proteína animal, motivada e impulsionada pelo farelo de milho, resultantes da produção do etanol, com valor agregado, gerando renda e impostos”.
Para o diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes, o etanol de milho se mostra uma outra alternativa na produção de biocombustível. “Isso consolida a vocação do Mato Grosso do Sul como um grande produtor nacional. Estas iniciativas que vão ao encontro de políticas do MS Carbono Neutro, nós vemos com bons olhos, com oportunidade de geração de renda e emprego no Estado e atendendo as metas de sustentabilidade e redução de emissão de gases que os biocombustíveis podem contribuir muito”, admitiu o dirigente da Biosul.
A Safra da Cana-de-açúcar 2023/2024 teve início em 1º de abril de 2023. De acordo com a primeira estimativa de produção divulgada pela Biosul, Mato Grosso do Sul deve atingir 47 milhões de toneladas de cana, uma recuperação de 10% em relação ao último ciclo.
Com informações de Rosana Siqueira/Semadesc e de Alexandre Gonzaga, Comunicação Governo de MS
Fotos: Saul Schramm