Setembro terminou com recorde de calor e focos de incêndio em Mato Grosso do Sul, mas a previsão para outubro não é animadora. Altas temperaturas, baixa umidade do ar e a falta de chuvas deve agravar a situação dos incêndios florestais.
“Tivemos hoje uma reunião com a Sala de Situação de Crise Nacional e vamos passar as próximas duas semanas de alerta extremamente crítico. Nós teremos um incremento alto de focos de incêndio em todo o Mato Grosso do Sul e isso implica em uma atenção redobrada de todos os órgãos envolvidos”, afirma o secretário Jaime Verruck.
Dados sobre a atuação do Governo do Estado, do Corpo de Bombeiros e as condições climáticas foram apresentados pelo secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) em live transmitida pelo Facebook do Governo do Estado, às 16h desta quinta-feira (01).
Mato Grosso do Sul bateu recordes de temperatura em setembro, segundo o Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima). A previsão é de que em outubro o clima continue quente, seco e não há expectativa de chuva para o Estado na próxima semana. Há predomínio de uma massa de ar seco e de altas temperaturas em Mato Grosso do Sul até o fim de outubro. As temperaturas devem continuar com máximas na casa dos 40°C e umidade relativa do ar em 15%, o que favorece a expansão do fogo.
Comandante do 6º distrito Naval, o Contra-Almirante Sérgio Gago Guida, destacou que a semana foi de grandes focos na região da Serra do Amolar, onde estão atuando três equipes e aviões. “Estamos preocupados em identificar os pequenos focos e extingui-los antes de tomarem grandes proporções, como tem acontecido”. A Serra do Amolar, no Pantanal, acumula 101 mil hectares queimados.
Queimadas e operações
O Tenente-Coronel Moreira, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul destaca que o bioma Pantanal acumula 18.259 focos de calor até setembro de 2020. Em todo o ano de 2019 foram 10 mil focos de calor no bioma.
São sete meses seguidos de picos de incêndios florestais no Estado. Só em 2020, foram consumidos 3,461 milhões de hectares do bioma Pantanal. No Mato Grosso do Sul que detém menor parte do Pantanal, o fogo consumiu 1,408 milhão de hectares, enquanto que no Mato Grosso já são 2,053 milhões de hectares atingidos pelas chamas. No Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari as chamas foram extintas e a equipe faz o monitoramento da área. Mas o parque teve 69,4% de sua área queimada, o que representa 21,2 mil hectares, no bioma Serrado.
Atualmente estão em andamento seis operações do Corpo de Bombeiros em Mato Grosso do Sul. A operação Parque do Taquari, no bioma Cerrado, onde o fogo foi extinto e segue a vigilância na área. A Pantanal II, está focada na Serra do Amolar com combate aéreo e direto do fogo.
Em Poleiro Grande, Rio Negro e Parque do Ivinhema também há equipes e no Parque da Ilha Grande a operação foi desmobilizada após os focos de calor serem contidos.
Clique aqui para baixar do relatório sobre os incêndios em MS elaborado pelo do Corpo de Bombeiros de MS
Priscilla Peres, comunicação Semagro