A Embrapa Solos em parceria com a Secretaria de Estado de Produção, e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente finalizou em 2012 a primeira fase (o que representa aproximadamente 50% da área do estado – 33 municípios), do zoneamento agroecológico do Mato Grosso do Sul (ZAE-MS), na escala 1:100.000.
Com investimento de um milhão de reais e 85.000 quilômetros percorridos pelas equipes envolvidas, o Mato Grosso do Sul é o primeiro estado a realizar um zoneamento agroecológico nesse nível de detalhamento.
Elaborado a pedido do governo do estado, o zoneamento pretende diversificar, para além da soja e pecuária, os cultivos agrícolas nos 79 municípios do Mato Grosso do Sul. Um dos pontos da pesquisa foi o levantamento de aptidão para mais de 15 culturas, incluindo, além da soja, abacaxi, banana, eucalipto, girassol, citros, goiaba, seringueira e milho, entre outras.
Na primeira fase do trabalho é feitos o levantamento dos solos, que é a base para a pesquisa, depois são avaliadas as aptidões climáticas, edáficas, erodibilidade e alguns outros atributos a fim de indicar qual cultura se adapta melhor a qual região.
Como resultado tem-se a estratificação do estado, com o zoneamento fornecendo subsídios para melhor planejamento agrícola do uso das terras e até como indicador para o crédito rural. A forte conotação agroecológica do zoneamento servirá de base para o uso sustentável das terras.
O zoneamento orienta o uso sustentável da terra. O trabalho é focado para dar maior opção para o agricultor e permitir planejar todo o estado. O levantamento feito permite visualizar as áreas de maior potencial para recursos naturais e as áreas de maior restrição ambiental.
Este zoneamento, na escala 1:100.000, reúne informações sobre as áreas passíveis de exploração agrícola sustentável para 16 culturas entre grãos, frutíferas, agroenergéticas e florestais, considerando os aspectos legais, as restrições ambientais, os solos dominantes, o potencial das culturas, as condições climáticas, além dos aspectos geoambientais da paisagem. Permite o planejamento de uso e ocupação das terras de forma sustentável e a diversificação da exploração agrícola no estado.
Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições.
A fase já completa do ZAE-MS, encerrada em 2012, representa aproximadamente 50% da área do estado, abrangendo 32 municípios da Bacia do Rio Paraguai, na escala 1:100.000, tendo sido produzidos mais de 600 mapas e 3000 páginas de estudos técnicos.
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Essa nova etapa abrangerá a Bacia do Rio Paraná, com área aproximada de 142.500 km2, que engloba 46 municípios, sendo executada em 42 meses. Assim como nas fases iniciais, o ZAE-MS será baseado na coleta de dados primários em escala compatível (1:100.000) com a publicação dos resultados finais.
Metodologia do Trabalho
Todos os avanços e inovações técnicas das etapas iniciais do trabalho foram incorporados nas rotinas de trabalho da equipe do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, aperfeiçoando o preparo dos dados básicos (imagens de sensores orbitais e bases cartográficas digitais) o que contribuirá para a qualidade técnica e científica dos resultados finais e para a agilidade no tempo de execução.
O estudo se caracterizará pelo aperfeiçoamento metodológico através da adoção de avanços técnico-científicos, pelo uso de técnicas de mapeamento digital, pelo viés de formação e capacitação de recursos humanos, pela parceria com instituições locais, pelos preceitos do novo código florestal e cadastro ambiental rural e pela incorporação das interpretações para irrigação através do Sistema Brasileiro de Classificação de Terras para Irrigação (SiBCTI), além da ampliação das culturas estudadas. Outro avanço dessa etapa de trabalho será a harmonização dos estudos de solos já realizados e a publicação do mapa de solos do estado do mato grosso do sul na escala 1:100.000.
Essa etapa começará em janeiro de 2018, com prazo de execução de 42 meses, abrangendo os 46 municípios que não foram contemplados nas duas etapas anteriores, cobrindo uma área de 146.419 km2. Nessa fase os estudos se concentrarão na região da Bacia do Rio Paraná, porém, serão integrados com os estudos das etapas anteriores quando foram mapeados 32 municípios da Bacia do Rio Paraguai.
Os ZAEs contribuem para o planejamento de uso e ocupação sustentável das terras e o ordenamento territorial das atividades agropecuárias, florestais e de conservação e recuperação dos sistemas naturais, visando a melhoria do planejamento estratégico governamental, da qualidade de vida do homem e da sustentabilidade do sistema produtivo.
O estado do Mato Grosso do Sul apresenta condições agroecológicas com grandes variações ambientais relativas às potencialidades de exploração agrossilvipastoril e de degradação ambiental. O conhecimento destas variações é fundamental quando se pretende implantar estratégias de desenvolvimento rural em bases sustentáveis.
Baseado na caracterização e quantificação de ofertas e restrições físicas, bióticas e climáticas com dados primários de solos, o ZAE-MS possibilitará orientar a ocupação, o uso e o manejo ambiental de forma integrada, considerando o conjunto e a interação dos recursos naturais que coexistem nas diferentes paisagens. Nessa etapa, o zoneamento incorporará conceitos de Agricultura de Baixo Carbono, Integração Lavoura/Pecuária/Florestas e Serviços Ambientais, empregando técnicas de mapeamento digital e fazendo uso intensivo de geotecnologias.
Adicionalmente, será gerado um amplo acervo de dados e informações ambientais, em particular de solos, com o mapeamento na escala 1:100.000, a ser disponibilizado à sociedade. Merecem destaque neste projeto o seu pioneirismo na adoção plena de tecnologias de mapeamento digital de solos, na Interpretação do Potencial das Terras do Estado para Agricultura Irrigada, a sua plena inserção no âmbito do Programa Nacional de Solos do Brasil, PronaSolos, uma política de mapeamento estratégico de solos para planejamento de uso e conservação dos solos do Brasil, além do forte viés de capacitação de recursos humanos e na transferência de tecnologia.
Além da Embrapa Solos, são parceiros no ZAE-MS a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), a Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), com o apoio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Universidade do Estado do Mato Grosso do Sul (Uems), do Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems) e da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe).
Noticias:
Governo investe R$ 3,27 milhões na última etapa do Zoneamento Agroecológico de MS – 27 de abril de 2018