A estruturação de agroindústrias consolida uma ponte que potencializa a renda do campo ao mesmo tempo em que atrai e retém mão de obra qualificada oriunda dos grandes centros. Alimentos processados que se aproximam do gosto do produtor e incrementam o preço médio de venda da produção chegam às prateleiras após passarem por processos industriais altamente complexos, mobilizando profissionais de finanças, engenharia e química, por exemplo. O ganho mútuo fica evidente em cases como o da cooperativa Frimesa, de Medianeira (Oeste), apresentado na conferência “Varejo: Agronegócio de alto valor agregado”, que encerrou os debates do primeiro dia do 3° Fórum de Agricultura da América do Sul.
As particularidades da cooperativa, que processa leite e carnes, foram detalhas pelo diretor-executivo da empresa, Elias Zydek. Ele reforçou a importância de estar atento ao mercado, já que nem todos os alimentos processados são garantia de lucro certeiro, como é o caso do queijo. “O queijo é uma commoditie. Ele não agrega valor e ainda concentra volume, por isso muitas queijarias vivem fechando as portas”, comparou.
Além de buscar renda aos produtores, é preciso estar atento ao interesse dos consumidores, mas dentro da ótica correta. “Foco no consumidor é imaginar o que ele está pensando. Foco do consumidor é se colocar no lugar dele e verificar o sabor, a praticidade e a comodidade do produto que está sendo vendido”, comparou.
Máquinas altamente complexas reduzem a necessidade de mão de obra barata e ampliam a demanda por profissionais mais qualificados. O ganho mútuo fica evidente nos indicadores sociais onde a cidade está presente. “Recentemente Medianeira foi ranqueada entre as quinze cidades com melhor IDH entre aquelas com população de até 50 mil habitantes”, exemplificou.
Fim do primeiro dia
Os debates do 3° Fórum de Agricultura da América do Sul foram retomados na sexta-feira (13), com debates sobre as relações internacionais dos países sul-americanos com o mundo e os desafios da sustentabilidade.
Gazeta do Povo