Sanidade
A utilização do trabalho de cães da raça labrador farejadores de bagagem no aeroporto JK, em Brasília, pelo Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), está dando tão certo, que em breve Thor deverá atuar no aeroporto Afonso Pena, em Curitiba. Em fase final de treinamento, o labrador será encarregado de ajudar a fiscalizar a correspondência internacional. São cerca de 200 mil encomendas por dia, que apresentam risco desconhecido.
Já o “colega” Léo vai seguir vistoriando bagagens de passageiros em Brasília, antes de chegarem nas esteiras do desembarque, agilizando, assim, toda a movimentação de cargas. O grau de acerto é de até 87% na indicação de bagagens suspeitas. Quando ele detecta suspeição, a mala é separada e aberta pela fiscalização. Os produtos de origem animal e vegetal proibidos de ingressar no país acabam destruídos. Léo, impecável, veste colete com a inscrição no peito Vigiagro/SDA e, na lateral: Protegendo a agropecuária do Brasil. Os dois cães são jovens. Thor tem um ano e meio e Léo, três anos.
A ação do sistema Vigiagro tem como objetivo evitar a entrada de pragas e doenças no país que podem estar contidas em alimento como mel, frutas, certos tipos de queijo, bacalhau, além de sementes e outros produtos. A maior apreensão em aeroportos é de alimentos.
Brasília é a primeira capital do país a usar cães para vistoriar bagagens com essa finalidade. A fiscalização, originalmente, era só por amostragem ou quando o raio X detectava problemas. Há mais de 30 anos, aeroportos internacionais de outros países já usam cães nessa tarefa.
Segundo o auditor fiscal federal agropecuário do Vigiagro, Márcio Micheletti, que trabalha com apoio do incansável Léo, a versatilidade dos cães é muito grande, podendo vistoriar correspondência, cargas, drogas e explosivos. O cão pode trabalhar o dia inteiro, com pequenos intervalos. Léo, quando está em ação é focado e só se distrai ao receber uma bolinha do fiscal agropecuário, como recompensa. Léo fiscaliza ao menos três desembarques diários, fazendo a varredura. Quando seu faro identifica uma bagagem suspeita, ele dá o aviso a Micheletti, se posicionando em frente ou sobre a mala.
Em 2015, quando o Vigiagro passou a trabalhar com a ajuda dos cães farejadores, foi contratada consultoria do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para iniciar o projeto. O piloto foi desenvolvido até o final do ano passado.
O Vigiagro atua nos pontos de entrada do país: aeroportos, portos e fronteiras.
Veja aqui o que é permitido transportar em sua bagagem ao ingressar no Brasil. Acesse também conteúdo da Instrução Normativa nº 11/2016, que trata de excepcionalidades no transporte de produtos de origem animal
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Janete Lima
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