“Já deixei de comprar tomate por causa do preço alto. No sacolão que eu compro, o preço do quilo já chegou a R$ 9”. O desabafo é da acompanhante de idosos Vanusa Ramos da Silva. E ela completa dizendo que não é somente o tomate que está caro, mas também a batata, o pimentão, o quiabo e a cebola.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses, em Belo Horizonte, o tomate ficou 37,99% mais caro e a batata, 35,7%. E a alta de preços dos produtos hortigranjeiros sentida no final do ano passado pelos consumidores deve se manter no primeiro trimestre de 2016. As fortes chuvas e as altas temperaturas registradas nos últimos meses foram fatores determinantes para a queda da qualidade na oferta de produtos nas principais centrais de abastecimento (Ceasas) do país, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O gerente de modernização do mercado hortigranjeiro da Conab, Erick de Brito Farias, diz que a alta do dólar contribuiu para o aumento de preços ao consumidor final. A moeda norte-americana tem impacto direto, porque aumenta os custos de produção, os insumo agrícolas e o transporte. O custo da produção é diretamente ligado ao dólar.
No sacolão. Dono de um sacolão no Mercado Distrital do Cruzeiro, Carlos Magno diz que uma caixa de 20 kg de tomate hoje na Ceasa, em Contagem, está custando R$ 100. Em novembro, o produto era comprado por R$ 30 a caixa.
Catatau, como é mais conhecido, aponta que a média de preço do produto na capital mineira está entre R$ 7,99 a R$ 8,99. Ele só consegue vender tomate a R$ 1,99 porque tem plantação de tomate em Corinto, região Central do Estado e também compra diretamente de outros produtores.
Preço da cebola teve alta de 15%
Rio de Janeiro. O representante da Conab Erick de Brito explica que a importação de cebola, se comparada a 2014, aumentou cerca de 80%. Com menor oferta nacional, 12 mil toneladas foram importadas, apenas em dezembro de 2015. A cebola nacional, consequentemente, teve seu preço aumentado para competir com o produto estrangeiro.
Segundo Brito, nos mercados atacadistas de todo o país, houve um aumento de 15% no preço do produto. Houve também uma redução significativa na oferta de tomate, cebola e batata por causa das condições climáticas.
Percentuais
QUANTO SUBIU EM BH (NOS ÚLTIMOS 12 MESES)
Tomate: 37,99%
Batata inglesa: 35,7%
Quiabo: 10,71%
Cebola: 67,53%
Cenoura: 14,01%
NO PAÍS
Tomate: 47,45%
Batata inglesa: 34,18
Quiabo: 10,61%
Cebola: 60.61%
Cenoura: 13,51%
FONTE: IBGE Com agências