A coordenadora do Programa de Sanidade Suídea da Iagro, Reny Corrêa Lyrio, juntamente dos colegas Natal Henrique Monteiro Junior e Nara Mircea de Oliveira, do escritório local de Jateí, ressaltam a importância da participação dos profissionais do serviço de defesa em eventos dessa magnitude. “Nosso trabalho do dia a dia para manter a saúde do rebanho suíno, concentrando-se nas doenças listadas na OIE, como a Peste Suína Clássica, Aujeszky, enfermidades de alto poder de difusão e que, acometendo o rebanho comercial, é capaz de causar muitos prejuízos econômicos ao Estado, não poderia obter melhorias no planejamento estratégico se não tivéssemos este tipo de contato com toda a cadeia produtiva” afirmou Reny.
A programação oferece Congresso Técnico com 40 palestras técnicas e tradução simultânea para o Espanhol, Inglês e Português; com especialistas em mercado nacional e internacional; Feira de Negócios com presença de empresas ligadas aos setores de equipamentos, genética, nutrição, processamento, reprodução, instalações e saúde animal; reuniões técnicas de empresas; trabalhos científicos com exposição digital do conteúdo das pesquisas elaboradas por profissionais brasileiros e do exterior; Prêmio Melhores do Ano da Revista Pork, que vai homenagear as personalidades de destaque em 2016, em quatorze categorias.
Os participantes discutem os rumos do segmento em um panorama econômico brasileiro e mundial complexo. A suinocultura nacional deve obter um crescimento de 2% no Valor Bruto da Agropecuária (VBA) em 2016, e as exportações vão ultrapassar a marca de 600 mil toneladas. A elevação da produção de carne suína, mesmo com as perdas causadas pelos altos custos das granjas, não deve ficar abaixo de 3%, ultrapassando as 3,7 milhões de toneladas em 2016. Resultado da reação paulatina nos preços da arroba nos principais estados produtores, de um milho mais barato e um modelo produtivo pautado em plantel de 2,1 milhões de matrizes, aumento de produtividade e peso final ao abate, além de consumo ultrapassando os 15,1 quilos por habitante ao ano registrados no ano passado. Um cenário mais confortável do que os vividos pelos suinocultores desde a metade de 2015. O Brasil tenta pôr ordem nas contas públicas e reverter a depressão econômica com mais de 11 milhões de desempregados, herança deixada pelo governo anterior. E vem aprovando medidas para conter os gastos, recuperar as finanças, além de aprovar as esperadas reformas na Previdência e nas relações trabalhistas em 2017. Um momento de alívio para os produtores e a indústria encontrarem caminhos que garantam recuperação financeira e margens mais positivas em um novo ambiente de negócios.
A manhã do dia 18 foi promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e contou com a moderação do Diretor Executivo da ABCS, Nilo de Sá.
Elvison Nunes Ramos, do Mapa, deu detalhes do Plano ABC, que já conta com 30 mil projetos em execução no país e um financiamento de R$ 13 bilhões.E destacou ainda o Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono. “Os projetos específicos ligados ao tratamento de dejetos animais vinha sendo esquecido. Retomamos a ideia e já conseguimos alocar R$ 12,7 milhões. O objetivo do governo federal não é acabar com a emissão de gases e sim reduzir. E temos a tarefa de colocar os instrumentos à disposição dos produtores porque são eles o centro de tudo”, reafirmou Elvison Ramos.
Já Cleandro Pazinato Dias, consultor do Ministério, abordou as tecnologias de produção mais limpa na suinocultura brasileira. “Já sabemos que o tratamento de dejetos nas propriedades consegue reverter em água mais de 50% do total. Isso é vital para entendermos a relevância dos processos de reutilização, tratamento e destinação do material resultante do processo produtivo da suinocultura”, emendou.
“O debate aqui é sobre como transformar dejetos em dinheiro”, destacou Fabiano Coser, Consultor do MAPA, que falou sobre a “viabilidade econômica e geração de renda a partir de tecnologias de baixa emissão de carbono na produção de suínos”. Ele citou vários projetos implementados em diversos estados brasileiros com sucesso. “E é um investimento que se paga em até três anos quando a granja produz mais. É escala pura”, completou Fabiano.
Carlos Claret Sencio Paes, diretor da empresa ER-BR, por sua vez, explicou como surgiram as primeiras iniciativas de venda da energia elétrica produzida em propriedades rurais com biogás para o sistema tradicional de distribuição, que é controlado pela Agência do segmento, a ANEEL. “O pontapé inicial foi no Paraná, desde 2006. E os primeiros repasses da geração distribuída. Ganharam força. Mas há quatro anos houve uma nova retomada, com as normativas sobre o comércio direto do produtor para o consumidor. “Hoje, em até noventa dias, as operadoras precisam celebrar os contratos com compensação até 5 MW por hora”, apontou. Por fim, Leandro Capuzzo, do Banco do Brasil, discriminou todos os projetos oficiais para grandes, médios e pequenos produtores que desejam injetar dinheiro na granja e, ao mesmo tempo, contribuir com a mitigação dos gases emitidos na atmosfera. “São várias linhas de crédito e com juros muito interessantes, mesmo num ano difícil da economia brasileira”, ressaltou.
Com informações de Revista Pork