Durante as discussões fomentadas no 2º Fórum da Nova Pecuária do Mato Grosso do Sul, promovida pela Embrapa em parceria com a Acrissul, a mesa redonda que tratou das demandas da produção de leite contou com a contribuição do Secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas.
Considerados os dados do censo de 2006 (mas que ainda são utilizados como base) Mato Grosso do Sul tem cerca de 24 mil produtores de leite e destes, estimasse que pouco mais de 15 mil produzam abaixo de 100 litros/dia – o que nos coloca em 13º colocados no ranking de Estados produtores de leite – e considerando ainda que segundo o centro de estudos avançados em economia aplicada ESALQ/USP (CEPEA), observa em Mato Grosso do Sul o menor preço registrado entre os Estados que ela monitora, o cenário hoje, segundo explicaram os debatedores, é negativo e requer aquisição de conhecimentos e adoção de tecnologias para uma efetiva mudança.
Para o secretário Fernando Lamas, ao buscar soluções para tornar positivo o cenário do Leite no Estado há que se levar em conta um problema que se repete nas diferentes regiões do Estado, em umas com maior e outras com menor intensidade, que é um período longo de escassez de chuvas. “O grande desafio para a produção de leite é a sazonalidade na disponibilidade de alimento, o que faz com que tenhamos uma sazonalidade também no preço recebido pelo produtor”. Reforçou.
Para ele, produzir alimentos em quantidade e qualidade para que se mantenha uma produção estável durante os doze meses do ano é o desafio em Mato Grosso do Sul.
O que se busca, segundo o secretário, é que o produtor tenha um preço médio durante os doze meses do ano, o mais próximo possível do preço máximo em relação ao preço mínimo. O que só é possível com uma oferta regular de alimento. “Pra isso existe uma área de transferência de tecnologia, existe muito conhecimento nessa área, mas, de repente precisamos buscar novas alternativas, quer de espécies, de variedades ou de formas, como foi dito aqui, de aproveitamento desse alimento”. Completou.
Ao comentar dados que dão conta de que mais de 15 mil produtores de leite do Estado produzem menos de 100 litros por dia, e o baixo crescimento da produção nos últimos anos em relação a outros Estados do Centro-oeste, o Secretário diz enxergar ali uma oportunidade, pois dá a perspectiva de que o Estado, no que se refere a produção de leite, ainda tem muito a crescer.
Para o Secretário há que se elaborar um modelo de produção que seja adequado ao Mato Grosso do Sul, pensando num aumento de produção para competir com o mercado fora dos limites de Mato Grosso do Sul. “Esse modelo, com certeza, será diferente dos modelos utilizados, por exemplo, em Goiás, onde juntando duas ou três cidades da região metropolitana, passamos do numero total de habitantes do nosso Estado. O que os faz terem mais alternativas”. Ponderou.
Para finalizar o debate na tônica do fórum que sugere mais pesquisas e inovações para o setor, o secretario Fernando Lamas reforçou a importância de que sejam testados diferentes sistemas de produção, avaliados do ponto de vista técnico e econômico – levando em conta a produção de alimentos, a questão sanitária, genética e tudo que envolve esse sistema – e a partir daí, se possa identificar qual seria o modelo que permitirá com que esses mais de 15 mil pequenos produtores, ou senão todos os mais de 24 mil, tenham produtividade dentro de níveis satisfatórios e em consequência rentabilidade, que é também parte desse desafio.
A mesa redonda a qual o secretário contribuiu contou ainda com a participação do Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Dr. Guilherme Lafourcade Asmus, o Diretor do ‘Núcleo de criadores Girolando’, Cleber, o consultor do Senar/MS, Rodney Guadagnin Santos e Wilson Igi, secretario do Sindicato Rural de Campo Grande.