Campo Grande (MS) – O superintendente de Agricultura, Pecuária, Ciências e Tecnologia da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Rogério Beretta, recebeu documento de representantes entidades da cadeia produtiva do leite e mais de mil produtores contendo reivindicações para o setor do leite em Mato Grosso do Sul. O documento foi entregue durante a abertura do 22º Encontro Técnico do Leite, ocorrido nesta sexta-feira (7), no Sindicato Rural de Campo Grande.
Segundo Beretta, são 16 propostas com destaque para uma mudança na política tributária, que visa reduzir a alíquota do ICMS interestadual dos derivados lácteos para 3%, sendo 1% para um fundo de desenvolvimento da bovinocultura de leite e equiparar a alíquota de ICMS do leite spot – comercializado entre empresas. Os produtores ainda pedem a redução da alíquota do ICMS de 17% para 2% na aquisição de energia elétrica pelo produtor de leite e indústrias laticínias e a intensificação da fiscalização referente à tributação do leite UHT nos Centros de Distribuição e das transferências de outros Estados para Mato Grosso do Sul.
Rogério Beretta reforçou a importância do leite para a segurança alimentar. “Temos o leite como o principal alimento na infância e devemos estimular o seu consumo e trabalhar para que o Estado tenha condições de oferecer o produto em qualidade e quantidade para a nossa população. Esse documento que recebemos aqui será levado para a Câmara Setorial do Leite e os técnicos do Governo do Estado, juntamente com essa Câmara, vão fazer um estudo para ver quais as ações em que o governo pode localmente trabalhar”, explicou.
Diretor do Sindicato Rural de Campo Grande e presidente do Conseleite (Conselho Estadual de Leite), Wilson Igi afirma que a produção estadual despencou 46% nos últimos quatro anos, passando de 364 milhões de litros em 2014 para 198 milhões de litros em 2018. “O leite é um produto em extinção em Mato Grosso do Sul. Números são indicadores da desistência de muitos produtores da atividade e com os laticínios não é diferente, das 82 plantas autorizadas no Estado, em funcionamento temos apenas 45, sendo que estas trabalham com ociosidade. Já temos notícias de fechamento ou mudança para outros estados de mais três plantas”, diz.
Já o presidente do Silems (Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul), Milene Nantes, ressaltou a importância das medidas mencionadas. “Nós precisamos estar em conjunto, tanto produtor como indústria, mas precisamos também de políticas que beneficiem os dois lados, porque sem o leite do produtor a indústria não consegue produzir e não se mantém, mas sem a indústria o produtor também não tem para quem vender a sua produção. Então queremos sensibilizar nossas autoridades sobre essa situação sensível que nós estamos vivendo”, afirmou.