A Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) apresentou à alta direção da Energisa o programa MS-Irriga, iniciativa que busca ampliar e modernizar a infraestrutura de irrigação no território sul-mato-grossense. A reunião foi realizada a convite do presidente da Energisa MS, Paulo Roberto, e contou com a presença do CEO do grupo, Ricardo Botelho.
Participaram do encontro o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, e o coordenador de Agricultura da secretaria, Fernando Nascimento. Na ocasião, foi detalhado o planejamento técnico do MS-Irriga e discutidas possibilidades de integração com os investimentos em infraestrutura energética no Estado.
“O objetivo foi apresentar ao CEO da Energisa todo o trabalho de planejamento que estamos desenvolvendo em Mato Grosso do Sul, especialmente no que diz respeito à identificação de áreas com maior concentração de equipamentos de irrigação”, explicou Beretta. “Queremos apoiar a Energisa na redistribuição de energia e sinalizar as regiões com potencial de crescimento da irrigação, para que ela possa planejar suas estações rebaixadoras e reforços de rede com antecedência”, completou.
O secretário-executivo Rogério Beretta destacou ainda que a reunião foi bastante produtiva, com interação direta de Ricardo Botelho, que elogiou o nível técnico do plano estadual. “Ele ficou positivamente surpreso com o grau de detalhamento do nosso acompanhamento. Saímos da reunião com o compromisso de ampliar o diálogo e manter a Energisa integrada às ações de planejamento da agricultura irrigada em MS.”
Sobre o MS Irriga
Lançado em 2024, o MS Irriga tem como meta ampliar em 40% a área equipada para irrigação em Mato Grosso do Sul até 2030. O programa também prevê a criação de polos regionais de irrigação, construção de reservatórios para garantir segurança hídrica, e investimentos em pesquisa e qualificação de profissionais.
Atualmente, o Estado possui 320.304 hectares irrigados, sendo 231.072 hectares em lavouras de cana-de-açúcar, milho, soja e outras culturas. No entanto, o potencial estimado é de até 4,7 milhões de hectares irrigáveis, o que demonstra uma ampla margem para expansão sustentável.
O programa também disciplina os investimentos públicos e privados por meio de estudos sobre disponibilidade hídrica, segurança energética e incentivos fiscais. Entre esses incentivos, destaca-se a redução da alíquota de ICMS para operações internas com energia elétrica destinadas à irrigação, com vigência até abril de 2026.
Mato Grosso do Sul já conta com o Polo de Agricultura Irrigada do Centro-Sul, que abrange 26 municípios e concentra cerca de 80 mil hectares de áreas irrigadas. Esses municípios incluem Anaurilândia, Angélica, Antonio João, Batayporã, Caarapó, Deodápolis, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Itaporã, Ivinhema, Jateí, Juti, Laguna Carapã, Maracaju, Naviraí, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Ponta Porã, Rio Brilhante, Sidrolândia, Taquarussu, Vicentina e Ribas do Rio Pardo.
Marcelo Armôa, Semadesc