Em reunião com os vereadores na Câmara Municipal de Campo grande, na manhã desta terça-feira (15), o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, propôs a criação de uma nova lei para nortear o desenvolvimento econômico da cidade. “É o momento”, disse Verruck, salientando que o Estado passa por um vigoroso processo de industrialização e a Capital precisa ter mecanismos para acompanhar e se beneficiar.
“Essa lei foi feita há alguns anos atrás, inclusive eu participei ativamente na redação do projeto. Eu acho que é o momento de se criar uma nova lei, Campo Grande e o Estado estão num outro momento de industrialização, de capacitação, de atração de investimentos. Então eu acho que a gente poderia criar um grupo para discutir uma nova lei de desenvolvimento industrial para Campo Grande”, afirmou.
A reunião foi solicitada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Epaminondas Neto, e o objetivo principal era entender como se dá o processo de atração de investimentos para o Estado, que na visão dos vereadores estaria direcionando os empreendimentos para o interior. Verruck salientou que as indústrias preferem se instalar próximas da fonte de matéria prima, por essa razão as fábricas de celulose estão na Costa Leste, onde se concentram as florestas de eucalipto. Por outro lado, indústrias de beneficiamento de milho e soja estão se instalando nas regiões maiores produtoras de grãos.
Capital ganha
Entretanto, todos os grandes investimentos que vieram ao Estado, produziram impactos positivos na economia da Capital, completou o secretário. Seja com o fluxo no aeroporto e ocupação da rede hoteleira pelos executivos dessas empresas, como na contratação de pessoas e serviços e locação de imóveis para abrigar parte dos trabalhadores.
Ademais, o secretário enxerga um “caminho livre” para a Capital se beneficiar desse ciclo de crescimento do Estado. “[A cidade] tem vida própria excepcional, tem força de trabalho disponível, o que já não há no interior. Jovens entre 18 e 25 anos que não concluíram o Ensino Fundamental, precisam ser qualificados para o mercado de trabalho. Mulheres arrimo de família que não estão trabalhando porque precisam cuidar dos filhos. Então temos que fazer mais creches. Sugiro ainda que seja criada uma estrutura de captação própria de investimentos”, afirmou.
Segundo o secretário, há 44 projetos de implantação de empresas aguardando aprovação do Prodes, o Programa de Desenvolvimento da Capital. Ele propôs aos vereadores que seja feita uma força-tarefa para analisar esses projetos com agilidade. Nesse mesmo sentido, Verruck afirmou que é necessário implantar a Lei de Liberdade Econômica já aprovada pela Câmara de Vereadores, sobretudo liberando de processos de licenciamento aquelas atividades sem nenhum ou com baixo impacto.
MS em números
O secretário apresentou aos vereadores um panorama da situação do Estado. Frisou que Mato Grosso do Sul é o quarto do País em nível de ocupação com apenas 2% da população considerada em extrema pobreza, teve crescimento de 68% no setor da Indústria de Transformação entre 2010 e 2020 e alcançou excelente capacidade de investimento público (15,2% do orçamento). Destacou, ainda, o sistema de governança favorável, que reúne em uma mesma pasta, a Semadesc todos os interesses ligados diretamente ao crescimento econômico, desde o licenciamento ambiental, fomento, assistência técnica e fiscalização sanitária, até a capacitação e qualificação de trabalhadores.
“Viemos trazer esses esclarecimentos para que os vereadores se situem na mesma página do livro do desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. E com isso possam propor, defender e desenvolver propostas e projetos para contribuir com o desenvolvimento de Campo Grande”, completou.
Os vereadores aproveitaram para fazer perguntas, tirar dúvidas e, sobretudo, agradecer a disponibilidade do secretário em atender à solicitação da Presidência e comparecer à Câmara.
“Ficamos felizes com a presença do secretário Jaime e essa interação com os vereadores, é muito importante. A industrialização da Capital é fundamental para o desenvolvimento. Campo Grande é o município que mais arrecada com ICMS e hoje tem perdido muito espaço na hora de dividir o bolo. O que prejudica a vida da cidade porque a gente tem menos investimento do governo do Estado. A industrialização conta muito para esse índice e nós vamos industrializar a Capital, atrair esses investimentos industriais”, afirmou o presidente da Câmara.
Texto: João Prestes
Fotos: Mairinco de Pauda