Campo Grande (MS) – O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, participou na tarde desta quarta-feira (30) de audiência pública na Assembleia Legislativa, convocada pela Mesa Diretora e pela Comissão de Meio Ambiente da Casa, para discutir as queimadas no Pantanal. O secretário apresentou um panorama do problema e das ações do governo do Estado para prevenir e combater os focos de incêndio, como também as operações conjuntas com as forças policiais visando identificar e punir os responsáveis.
Sobre o tamanho da área queimada até o momento – considerando as porções do Pantanal no Norte e no Sul – já ultrapassa 3,5 milhões de hectares, enquanto que em todo o ano de 2019 o fogo queimou 1,5 milhão de hectares da vegetação pantaneira. “Isso demonstra de forma clara a gravidade da perda de biodiversidade para o bioma. E temos alertado que a situação não está controlada, até para depois do feriado ainda é considerada crítica”, disse Verruck.
Para ilustrar a agressividade do fogo, o secretário lembrou que na sexta-feira da semana passada, por ocasião do balanço que semanalmente é apresentado, havia apenas 19 focos de calor no Pantanal. No domingo já eram mais de 1 mil focos. “Até fomos conferir para ver se não tínhamos errado, mas isso é pra gente ver como o fogo se alastra rápido, como é difícil o combate.”
Com relação à fiscalização, o secretário apresentou um balanço da Operação Focus que reúne fiscais do Imasul, policiais civis, miliares, da PMA e bombeiros e visa identificar, através de imagens de satélite e com verificação in loco, a origem dos incêndios. Até o momento foram aplicados R$ 8 milhões em multa, que equivalem a uma área de 8 mil hectares queimados. Outros 27 mil hectares estão em fase de confirmação.
Os agentes da Operação Focus percorreram 6,7 mil quilômetros, fiscalizaram 28 fazendas e detectaram fogo ativo em 5 propriedades. “Apesar de toda divulgação que está sendo feita, dos alertas sobre a repressão em curso, foram feitos três flagrantes, ou seja, foram presas três pessoas no momento em que ateavam fogo”, afirmou.
Com relação à estrutura empregada para combater os focos de calor, o secretário destacou o apoio dos bombeiros, brigadistas liderados pelo Ibama e ICMBio e as estruturas disponibilizadas pelos produtores rurais, setor sucroalcooleiro e florestal. “Para se ter uma ideia, na semana passada foram apagados pelos brigadistas dos produtores rurais 42 focos de incêndio ao longo do trilho do trem entre Campo Grande e Água Clara”, exemplificou.
A audiência pública teve ainda participação de representantes do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), do Ministério Público Estadual (MPE-MS), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Polícia Militar Ambiental (PMA), do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul (CBMMS) e da Polícia Militar (PMMS), entre outros.