Campo Grande (MS) – Os investimentos do governo do Estado na área de Ciência, Tecnologia e Inovação são uma aposta que o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul depende dessa via. O país corre para anular o atraso em relação ao resto do mundo desenvolvido e a realidade local não é diferente, apontou o secretário adjunto da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Ricardo Senna, durante palestra na tarde dessa quinta-feira (29), no auditório do Sebrae, em Campo Grande.
“Percebemos, em nível federal, que há uma ruptura no processo. Só não está claro ainda detalhe do que virá. Há uma demanda forte do setor privado na área de tecnologia, porém barreiras invisíveis nos impedem de ver com clareza o que é e o que precisa ser feito. Falta conversar mais, falta um esforço de integração”, disse o secretário.
Tecnologia e Inovação foi o tema da tarde. Antes de Senna, o engenheiro Roberto Gandolfo Hasioka falou sobre sua experiência profissional no Vale do Silício, região da California (EUA) que reúne as maiores empresas responsáveis pelas principais descobertas científicas no setor de informação. Ele traçou um panorama do mercado, desafios futuros e o que o mundo pode esperar dessa tecnologia na solução de problemas básicos que ainda retém boa parcela da população alijada de condições básicas de sobrevivência.
Diálogo
A palestra de Senna foi um apelo ao diálogo. Ao citar pesquisas importantes desenvolvidas em instituições sul-mato-grossenses, o secretário apontou a necessidade de maior divulgação desses feitos até para mostrar a relevância dos estudos realizados e conquistar apoios. “O fundo público não dá conta de atender as demandas da sociedade. Precisamos buscar novos meios”, disse Senna.
Ao explicar por que a junção de ciência e tecnologia com agricultura, comércio, indústria, meio ambiente – descrevendo a configuração atual da Semagro – foi acertada, Ricardo Senna justificou que o Estado trouxe para a mesma mesa as demandas e as soluções técnicas. “O poder de decisão e diálogo aumentou”.
Senna listou diversos projetos do governo na área de Ciência e Tecnologia, como Bioeconomia, Tecsocial, Cidades Digitais, Marco Regulatório, projetos PIN e SIGA, e destacou o êxito do Estado na realização da última Semana de Ciência e Tecnologia que teve adesão dos 79 municípios. “Só com o projeto Tecsocial, que leva salas digitais a comunidades rurais, já investimos R$ 1,4 milhão e atendemos 1,5 mil pessoas”, pontuou.
Centelha
Finalizando as apresentações, o diretor-presidente da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul), professor Marcio Araújo Pereira, falou sobre o Programa Centelha, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para estimular a criação de empresas inovadoras em setores estratégicos em todo o país. São destinados R$ 60 mil para cada projeto aprovado e Mato Grosso do Sul integra o programa. Mais informações podem ser obtidas no site www.programacentelha.com.br.