A Coreia do Sul decidiu abrir o mercado para a carne suína in natura de frigoríficos catarinenses, depois de mais de dez anos de negociação, informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na terça-feira (5).
A decisão foi informada à ministra Kátia Abreu por meio de carta enviada pelo embaixador da Coreia do Sul no Brasil, Lee Jeong Gwan.
Santa Catarina é o único estado brasileiro com status de livre de febre aftosa sem vacinação reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“Os dois países esperam concluir ainda este ano todas as formalidades da negociação para permitir as primeiras exportações”, informou o Mapa em nota.
Os próximos passos para o início efetivo dos embarques do Brasil para a Coreia do Sul são a apresentação de requisitos sanitários exigidos pelas autoridades sul-coreanas, a elaboração do certificado sanitário internacional e a habilitação das plantas exportadoras.
Os frigoríficos de Santa Catarina têm um potencial para exportar cerca de 33 mil toneladas de carne suína in natura por ano para a Coreia do Sul, equivalente a US$ 108 milhões, segundo estimativas do governo brasileiro.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o anúncio feito pelo Mapa. Segundo a entidade, a Coreia do Sul é o quarto maior comprador de carne suína do mundo, com um total de importações anuais de cerca de 600 mil toneladas, conforme números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
“Há grande potencial de negócios para os exportadores brasileiros no mercado sul-coreano, que já aumentou significativamente os negócios com outros setores da proteína animal do Brasil, como a carne de frango”, disse o presidente executivo da ABPA, Francisco Turra.
“Esperamos, com isto, ampliar os volumes embarcados para a Ásia, diminuindo a dependência das exportações para o Leste Europeu”, acrescentou.
Anna Flávia Rochas, Carnetec