SAFRA 2015/16: Alerta máxmo para Mato Grosso

Para analistas da consultoria AgRural, quebra de produção no maior produtor nacional já é uma realidade considerada.

Problemas relacionados à falta de chuva foram registrados em várias partes do país, mas como destaca a consultoria AgRural, Mato Grosso é o estado que mais preocupa, devido ao seu peso na produção brasileira, afinal, sozinho, oferta 30% do grão no país e 9% de toda a soja produzida no mundo. As regiões norte e leste do estado são as mais afetadas e são justamente as que concentram a maior parte das lavouras. Há abortamento de flores e vagens por estresse hídrico e perdas já irreversíveis nas lavouras precoces. “Mas ainda é difícil mensurar o tamanho das perdas, pois há áreas com bom potencial no oeste e no sul e mesmo em parte do norte e do leste”, pontua a analista, Daniele Siqueira.

Nessa semana, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) confirmou que a forte variação climática sobre as lavouras de soja, em Mato Grosso, impactou no desenvolvimento das plantas e que a expectativa de produção será, em princípio, menor em 1 milhão de toneladas. Se as novas projeções, que revisaram para baixo a produção e a produtividade da safra 2015/16 se confirmarem cerca de R$ 1,058 bilhão vão deixar de circular de forma direta na economia do Estado, considerando a cotação média da soja, base Sorriso, em R$ 63,50, na última quarta-feira, quando o Diário publicou a informação com exclusividade.

Os analistas o Imea deixam claro que a revisão divulgada na última segunda-feira, pode se agravar, sobretudo entre janeiro e fevereiro. “Esse período será decisivo para a consolidação dos dados apresentados. No entanto, a continuidade de baixos volumes de chuvas pode trazer reflexos ainda maiores, tanto ao rendimento das lavouras por hectare plantado, quanto em soja que deixará de ser comercializada no Estado”.

Como destaca Daniele, da AgRural, para muitos produtores do Cerrado, o plantio da safra 2015/16 vai ser lembrado por muito tempo – e sem saudade. “Chuvas com distribuição e volumes irregulares desde setembro atrasaram a semeadura e estão comprometendo o potencial produtivo de parte das lavouras. Para piorar, a previsão para as duas últimas semanas do ano é de chuvas abaixo da média no centro e no Norte/Nordeste do país. Embora a situação seja mais complicada no Matopiba, onde o plantio ainda está em curso, os olhos se voltam para Mato Grosso, justamente em função do seu potencial agrícola”, reforça a analista.

Na última sexta-feira, o Imea divulgou mais um informa de acompanhamento da semeadura da safra 2015/16 de soja, em Mato Grosso. Os trabalhos entraram na 13ª semana e ainda não estão finalizados na região nordeste que conta com 93,2% de sua área, estimada em 1,5 milhão de hectares, semeada. No mesmo momento do ano passado, 100% do Estado estavam semeados.

A nova estimativa do Imea reduziu em 3,6% a expectativa de produtividade, saindo de 52,6 sacas por hectare para 50,76. Com o recuo da produtividade, a produção deve fechar em 28,03 milhões de toneladas.

MT Agora – DC