Uma das cinco hastes que serão apresentadas na rodada de negócios
A Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) realiza nesta quinta, dia 10, às 9h30, uma rodada de negócios com o objetivo de transferir à iniciativa privada, por meio de licenciamento, um conjunto de hastes para rega automática de plantas em vasos, jardins e fruteiras. Os dispositivos de pequeno porte não precisam de eletricidade, possibilitam irrigar de acordo com a resposta de sensores pneumáticos de irrigação de baixo custo e permitem a miniaturização.
Chamados de Hastes de Irrigação Igstat porque funcionam conectados ao sensor Igstat, os cinco tipos de irrigadores já patenteados inovam, porque irrigam mesmo sem informações específicas sobre os tipos de solos, do tempo de rega, de lâminas de água de irrigação ou de outros dados técnicos sobre evapotranspiração. Os dispositivos podem ser industrializados mediante injeção de plástico.
Comparados aos sistemas convencionais, os dispositivos apresentam facilidade de uso, dispensando ajustes por parte do usuário, para atender às necessidades hídricas da planta, não requer a recarga manual de água na cápsula porosa, permitem a escolha de sensor para atender às necessidades hídricas das plantas e não precisam de reservatório de água para o seu funcionamento.
De acordo com o pesquisador responsável pelo desenvolvimento das hastes, Adonai Gimenez Calbo, os instrumentos têm potencial para a irrigação doméstica, nicho considerado por ele pouco explorado, talvez por falta de tecnologia de baixo custo, eficientes e sem complicações. “Este mercado, que pode não ser menor do que o agrícola convencional, para o controle da irrigação, carece de novas tecnologias para atender ao moderno cidadão urbano”, diz.
Ph.D. em fisiologia de plantas, Calbo lembra que neste segmento, as Hastes de Irrigação Igstat permitem ao cidadão irrigar suas plantas, sem perder a liberdade de se ausentar do seu habitat.
Funcionamento
Calbo explica que basta introduzir as Hastes de Irrigação Igstat no solo e ligá-las à rede de abastecimento de água ou a um reservatório para funcionar. “As hastes também dispensam ajustes manuais porque mantém a umidade, por rega automática, de acordo com o valor de tensão de água no solo estabelecido no sensor Igstat”, acrescenta. O sensor Igstat é instalado no solo, entre as raízes das plantas.
O pesquisador ainda esclarece que nas Hastes de Irrigação Igstat a passagem de água é interrompida quando o sensor Igstat, em contato com o solo úmido, impede a entrada de ar e para temporariamente o fluxo de água na saída, ocorrendo a pressurização. “Na condição de solo seco o sensor torna-se permeável ao ar, que despressuriza o sistema e a irrigação é acionada, enquanto o solo é novamente umedecido na proximidade do sensor”, afirma.
Os dispositivos têm características diferenciadas, podem irrigar um ponto específico ou uma linha inteira em jardins e a campo. Os irrigadores pontuais são miniaturizados, podendo até ter dimensões de uma castanha. Também podem aplicar vazões de água – entre 0,3 e 3 litros por hora, sendo que alguns tipos permitem vazões mais elevadas.
Calbo acredita que os instrumentos têm atributos importantes de qualidade para entrar no mercado. O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Caue Ribeiro, considera a rodada de negócios uma ferramenta estratégica para atrair empreendedores interessados em nichos específicos de mercado, no caso da Embrapa, tecnologias voltadas para o setor agrícola. “É uma oportunidade de prospectar parceiros e estabelecer uma ponte entre a pesquisa e o mercado”, diz.
Sensor Igstat
O sensor Igstat foi desenvolvido pelo pesquisador Adonai Gimenez Calbo em três versões e é destinado à agricultura e jardinagem. Em miniatura, o sensor é instalado entre as raízes das plantas e é mais indicado para uso em vasos e mini-hortas.
No regador doméstico o sensor é formado por um bloco de cerâmica poroso contendo, em seu interior, partículas de dimensões adequadas, que podem ser esferas de vidro, por exemplo. “O diâmetro das esferas de vidro determina a faixa de umidade do solo medida em uma escala de tensão ou força com que a água está retida”, explica o pesquisador.
Os sensores Igstat de uso agrícola para leitura em apenas uma profundidade são fabricados com comprimento de 10 cm e com especificações técnicas diferenciadas para o manejo de irrigação de frutas, hortaliças, entre outras aplicações agrícolas.
A terceira versão é o Igstat Dual para leitura em duas profundidades. O aparelho pode, por exemplo, ter 15 ou 30 cm de comprimento e é destinado para instalação vertical nas profundidades de 30 e 60 cm. As duas versões – para uma e duas profundidades – seguem o mesmo modo de funcionamento do Igstat para irrigação doméstica, mas são destinados ao uso agrícola.
O pesquisador esclarece que o sensor Igstat pode ser usado no modo elétrico ou óptico. “Neste caso, o instrumento mede a reflexão da luz sobre a água contida sobre e entre as esferas de vidro. A água funciona como um filme de borracha que, conforme o solo seca se molda aos contornos das esferas de vidro, o que causa mudanças na reflexão da luz”, diz.
Joana Silva (Mtb 19554)
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