A Revista Corumbella, publicação de jornalismo científico, traz uma reportagem especial nesta sexta edição (de outubro de 2021), que analisa a trajetória do fogo no Pantanal sul-mato-grossense e o que a ciência já sabe sobre o assunto. A publicação é elaborada pelo projeto Mídia Ciência, da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul) e Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) em parceria com a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Na edição, a publicação também tem o apoio da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), um volume de área que corresponde a 27% do Pantanal, considerando Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foi consumido pelo fogo em 2020. Com o crescente número de queimadas, a Ciência de MS tem se desdobrado para buscar respostas sobre o assunto, que envolve diversas áreas de conhecimento, como a química, ecologia, engenharia, economia e meteorologia.
A doutora em Engenharia Florestal e professora da UEMS, Patrícia Vieira Pompeu, é uma das pesquisadoras que se dedica a estudar o Pantanal. Além de pesquisar a temática, ela orienta trabalhos de conclusão de curso, que investigam a planície alagável. “Atualmente, eu e meu colega, também professor da UEMS, Dr. Guilherme Silvério Aquino de Souza, estamos liderando a continuação de uma pesquisa com a contribuição de outros professores de nosso curso de Engenharia Florestal e de um pesquisador da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), João Carlos Pires-Oliveira. Estamos utilizando uma metodologia mais robusta, em que rodamos os dados utilizando modelagem matemática”, diz a professora, referindo-se à pesquisa de zoneamento do risco de incêndio para o Pantanal.
Os docentes reúnem dados de toda a área do Pantanal e, a partir do mapa base de ocorrências de incêndios, utilizam algoritmos para relacionar a dados ambientais, como derivados de temperatura, precipitações e dados topográficos, como altitude, orientação da encosta e declividade. “A partir da junção desses dados, o modelo gera a área com maior probabilidade de ocorrência e propagação de incêndios. Iremos gerar mapas em diferentes períodos de tempo para analisar os padrões espaciais e temporais. Assim, além de gerar um mapa com a probabilidade para o presente, vamos apresentar um mapa de ocorrência para o futuro, auxiliando para um melhor direcionamento da prevenção desses incêndios. Os resultados estão prontos, e, em breve, iremos publicá-los para que possam contribuir com as políticas públicas e, também, ONGs [organizações não governamentais] que trabalham com a prevenção e combate dos incêndios florestais”, completa Patrícia.
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