Cuiabá (MT) – Ao participar do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa) – composto por representantes do serviço estadual oficial de defesa agropecuária de todas as unidades federativas e do Distrito Federal – que contou com a representação de 14 estados e do diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques, em Cuiabá, essa semana, o grupo de Mato grosso do Sul fez coro aos apelos da diretoria que cobrou do representante do Mapa maior aporte financeiro do Governo Federal para a execução das atividades desenvolvidas pelos órgãos estaduais de defesa sanitária.
De acordo com o relatório apresentado pelo presidente do Fórum, o diretor da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Inácio Afonso Kroetz, só os Estados aplicaram, em 2014, mais de R$ 1 bilhão em custeio e investimento nas atividades de sanidade animal e vegetal. “Precisamos que o Governo Federal dê atenção ao assunto”, reclamou, afirmando que irá levar a solicitação para o Mapa, pois os diretores têm acesso direto à ministra Kátia Abreu.
Segundo o gerente de Defesa Sanitária Animal, Rubens de Castro Rondon, da Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal (Iagro) em Mato Grosso do Sul, a situação não é diferente da descrita por Nolasco. “O Governo do Estado investe anualmente nos serviços de defesa sanitária animal e vegetal, entre 100 e 120 milhões. O MAPA sempre teve participação importantíssima como parceiro na liberação de recursos financeiros para as ações de defesa. Porem estes recursos vem diminuindo ano a ano”, disse.
Rubens lembrou que o Estado que já chegou a receber aporte no valor de R$ 27 milhões para utilizar em um ano, hoje aguarda a liberação de R$ 5 milhões. “Este valor não é suficiente para atendermos toda a demanda de ações que temos em Mato Grosso do Sul, principalmente na zona de fronteira internacional com o Paraguai e a Bolívia. Vamos trabalhar numa linha muito tênue entre o necessário e o possível de ser realizado”, alertou.
O presidente do Indea, agência de Mato Grosso, Guilherme Linares Nolasco, lembrou que o Mapa anunciou para 2016 um repasse de R$ 80 milhões para ser fatiado entre os estados. “É um valor muito aquém do que precisamos. Para Mato Grosso deve vir cerca de R$ 6 milhões e o Indea tem um custo de R$ 130 milhões por ano”, falou.
Nolasco, que faz parte do Fonesa como diretor de Defesa Sanitária Vegetal, mencionou também a importância do calendário do plantio e colheita da cultura da soja, como medida de prevenção à ferrugem asiática. “O calendário para a cultura da soja se deve a preocupação quanto à resistência ao fungicida e por ser a commoditie de grande importância econômica, responsável por grande parte do PIB. Temos que levar a sério. O Fórum é justamente para harmonizarmos as informações”, pontuou.
Entre os assuntos discutidos no encontro também estiveram a emissão de GTA interestadual, que deve ser liberada somente para propriedades devidamente cadastradas pelos Órgãos de Defesa Agropecuária Estadual e, os sistemas Sisbravet (Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergência Veterinárias) e Sigep (Sistema de Gerenciamento de Estudos Epidemiológicos).
Kelly Ventorim, assessora da Sepaf