Campo Grande (MS) – Durante a reunião realizada hoje (14), entre o governo do Estado e a Rumo ALL, que contou com a presença de membros da bancada Federal e deputados estaduais, foi apresentado o primeiro estudo de viabilidade econômica da malha oeste, operada pela Rumo ALL e que integra o ‘Pacto pelo Desenvolvimento de Mato Grosso do Sul’. Durante a reunião, também foram tratados de estudos de viabilidade da Ferronorte.
“A chamada Ferronorte praticamente passa por Mato Grosso do Sul. Havia uma grande discussão por parte dos produtores e da sociedade porque essa ferrovia apenas transportava celulose, na região de Aparecida do Taboado, já saindo do nosso Estado. A sinalização e a confirmação no sentido da reativação e da ampliação do terminal de Chapadão do Sul será fundamental para criar uma competitividade da produção do Norte do Estado, principalmente para a exportação. Se houverem cargas do Sul de Mato Grosso, cargas de Goiás e de Mato Grosso do Sul atenderá esta demanda na região Norte, que atualmente não tem outra opção logística a não ser a rodovia” destacou Jaime Verrruck.
O estudo apresentado ao governo do Estado sobre a malha Oeste reuniu especialistas em logística e representantes do governo estadual, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da Rumo ALL, da Ferroviária Oriental da Bolívia, da Ferrovia Tereza Cristina e da Transfesa.
“O risco de encerramento da ferrovia foi descartado, foi feito todo um estudo do governo estadual junto com a Rumo ALL que resultou num conjunto de compromissos. Nós vamos ter um projeto para reativação da malha oeste da ferrovia. Mato Grosso do Sul tem volume de carga suficiente para viabilizá-la e agora temos que sentar com o setor produtivo e mostrar que com a tarifa (do setor) é possível transportar pela ferrovia”, pontuou Jaime Verruck, titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade).
“Existe um primeiro salto de volume com nível de investimento e serviço adequado para a demanda, mas ainda precisamos de pontos importantes que dependem de ações em conjunto do grupo, do Governo Federal, da agência reguladora, do BNDES e do Governo do Estado para garantir a viabilidade da ferrovia. Com a união de todas as forças vamos atingir esse objetivo”, avaliou Daniel Rossi, responsável pelas Relações Institucionais da Rumo ALL.
O estudo
O estudo apontou que para as cargas relacionadas à produção agrícola, tendo em vista o traçado da Malha Oeste, o escoamento da produção tem maior competitividade pela Malha Norte, que corta o Estado do Mato Grosso do Sul – são cargas com destino ao porto de Santos. Já para o grande volume produzido na região sul do estado do Mato Grosso do Sul, a avaliação de demanda apontou que a melhor alternativa ainda é a ponta rodoviária até um dos terminais da Malha Sul, Maringá ou Londrina, no Estado do Paraná, reduzindo a distância total em 1.000 km até o Porto de Paranaguá, aumentando a rentabilidade do produto.
Nesses casos, o investimento que a Rumo ALL está fazendo nessas duas malhas irá abrir mais espaço para escoar e aumentar a competitividade dos produtos agrícolas do Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Rumo ALL, os investimentos irão reduzir o custo variável da operação da ferrovia. Mas para garantir a viabilidade do projeto ainda é necessária a concretização de algumas premissas, tais como a realização de 100% do volume potencial em contratos de longo prazo, a redução do custo fixo, isenção de impostos, a definição de uma linha de financiamento adequada e a extensão do prazo de concessão para amortização dos investimentos.
A próxima fase será focada em concretizar as premissas de viabilidade com seus responsáveis e a elaboração de estudo para instalação de um pólo industrial que permitirá um novo salto de volume para a ferrovia e uma nova rodada de investimentos para atender a demanda de transporte.