Campo Grande (MS) – A ansiedade das 11 equipes participantes do 1° Hack MS, promovido pelo Governo do Estado, teve fim às 18h40 de domingo (4), quando foram anunciados os três projetos vencedores da maratona que durou 48 horas e distribuiu R$ 18 mil em premiações. O primeiro lugar foi para o projeto Lupa do Cidadão, desenvolvido por cinco jovens da área de TI, que elaboraram uma plataforma que simplifica dados do Portal da Transparência e direciona os gráficos para as redes sociais onde, segundo eles, a população passa grande parte do tempo: Instagram e Facebook. O protótipo apresentado usou dados relacionados a educação.
O 1° Hack MS foi realizado pelo Governo do Estado, por meio da Controladoria Geral do Estado (CGE) com o apoio do Sebrae – Living Lab MS, Pantanal Incubadora Mista de Empresas, da UFMS, Fundação Escola de Governo (Escolagov), Superintendência de Gestão da Informação (SGI), Unigran Capital, Ministério Público Estadual (MPE), e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect), órgão vinculado à Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
“O objetivo é expandir a integração nas áreas de interesse da sociedade”, explicou Alessandro Willian, porta voz da equipe denominada Zeus Coders, que classifica a experiência como positiva. “É uma sensação de dever cumprido. Além do prêmio, levamos conhecimento, amizade, porque apesar de trabalharmos juntos, essa é uma experiência que vamos levar para o resto da vida, de conhecer pessoas, e ver de perto como é o empreendedorismo aqui no Mato Grosso do Sul”, comemora.
A segunda colocação ficou com a equipe Strike Up com o desenvolvimento do aplicativo #Licid, voltado à ampliação da transparência nas compras públicas. A ferramenta reunirá uma base de dados de empresas participantes dos processos licitatórios do Governo do Estado, e além simplificar as informações para a sociedade, “irá ajudar o Governo a fazer melhores contratações de compras e serviços”, conforme detalhou a equipe. De acordo com o layout do protótipo, os dados serão separados por área, e o cidadão poderá escolher uma opção e visualizar de forma simplificada o que procura.
O terceiro lugar foi para a equipe Quat.i que desenvolveu o protótipo do aplicativo denominado “Capi”, que usa inteligência artificial para aproximar a população dos serviços públicos. “A Capi nasceu com uma missão de integrar e trazer uma proximidade da pessoa com todos os serviços públicos. Temos uma visão muito próspera para ela, que é integrar, por exemplo, o agendamento de serviço na rede pública, tudo isso ao alcance da mão”, explicou César Bassani, um dos integrantes da equipe.
Ao todo 60 participantes passaram o fim de semana pesquisando, e programando soluções tecnológicas a fim de aumentar a “Transparência, Controle Social e Combate à Corrupção” na gestão pública. O resultado desses três dias de maratona foram 11 ferramentas apresentadas à banca julgadora: Páginas web, aplicativos, games, e instrumentos tecnológicos que simplificam informações e serviços oferecidos à sociedade.
Na avaliação do controlador-geral do Estado, Carlos Eduardo Girão, o evento surpreendeu pelo engajamento das equipes. “Durante as apresentações, vimos aqui muita coisa legal que a gente pode sentar, e tentar desenvolver, para que tenhamos um Governo com maior controle e gerência sobre suas implementações, e uma sociedade mais crítica e participativa nos seus direitos”, pontuou.
O diretor-presidente da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect), Marcio de Araujo Pereira, compôs a banca julgadora, e definiu os trabalhos como de alto nível. “Vejo projetos de nível muito alto, acima até do que esperava. Todas as propostas são viáveis, e o mais importante é que todos os projetos podem ser implantados, principalmente porque levam a transparência da gestão pública, e tem baixo custo de implantação. Quanto mais transparente melhor para todo mundo. A gente consegue tomar melhores decisões, e a sociedade consegue acompanhar melhor” avalia.
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) também foi parceira do Governo Estado na realização do evento, e durante a premiação, o reitor da instituição, Marcelo Turine, parabenizou o Governo pela iniciativa pela ação inédita no Estado. “O futuro é a educação, o futuro é ciência e tecnologia, o futuro é o empreendedorismo. E cada dia mais as administrações públicas em todas as suas instancias, seja ela estadual, municipal ou federal, tem que ter soluções criativas para que a sociedade acompanhe no dia a dia os gastos públicos”, elencou.
Além dos participantes, o evento contou com outras 60 pessoas atuando na mentoria dos grupos, e suporte do evento. Alguns, tiveram papel fundamental e estratégico na realização. Assim como a trainee da CGE, Amanda Vieira, que há um ano, sentiu a mesma felicidade das equipes, ao ter seu projeto entre os vencedores do Prêmio de Inovação na Gestão Pública. A emoção se repetiu neste fim de semana, ao ver que o projeto Hackathon foi colocado em prática e rendera bons frutos à sociedade.
“O Hack MS é um sinal de avanço, porque a gente vem de um prêmio de inovação na gestão pública. Então a gente vê pela implementação do projeto, que realmente é possível inovar no setor público, tem espaço para isso”, comemora.
A maratona também é uma forma de incentivar a população a participar de forma ativa da gestão pública. Com apenas 18 anos, Pedro Pavan integrou uma das equipes e falou da importância da participação da juventude. “O jovem hoje em dia, tem uma vontade muito grande de mudar a sociedade. O jovem não pensa pequeno, ele quer mudar o mundo. Tenho certeza que com o esforço de todos, pode sim acontecer. E foi o que vimos aqui, e tivemos como resultado, projetos incríveis e transformadores”.
Cerca de 30 mentores, das áreas de gestão pública, transparência, design, desenvolvimento e negócios, atuaram no suporte às equipes durante o evento. A troca de experiências foi destacada por Nilson Oliveira, especialista em gestão pública, transparência e controle social, que veio de São Paulo para o Hack MS. “Como consultor tanto de empresas, mas principalmente de governos e Banco Mundial, fiquei feliz de trazer um cabedal de visão de organismo internacional voltado para os dados brasileiros. E eu não sei se mais ofereci ou mais recebi. Talvez eu tenha mais recebido. Não só dos participantes, das equipes, mas muito dos demais mentores”.
Mireli Obando, Subsecretaria de Comunicação de Mato Grosso do Sul
Fotos: Edemir Rodrigues