Campo Grande (MS) – O Projeto Águas de Bonito já cumpriu a primeira etapa dos trabalhos na parte alta do rio Mimoso e agora começa as análises também na micro-bacia do rio Formoso, outro importante curso d’água da região. O balanço do que já foi desenvolvido foi apresentado pelo engenheiro agrônomo Alexandre Ferro, do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) na sexta-feira (14), durante Mesa Redonda do I Seminário Virtual “Semeando Água”, organizado pelo IASB (Instituto das Águas da Serra da Bodoquena) com apoio da Associação Brazil Foundation e transmitido ao vivo pela página da entidade no Facebook e pelo canal do Youtube.
O evento começou na segunda-feira (10) com a participação do secretário da Semagro, Jaime Verruck, e teve ainda contribuições do promotor de Justiça de Bonito, Alexandre Estuqui Júnior, entre outros convidados. O Projeto Águas de Bonito é uma parceria entre o Imasul, responsável pelo diagnóstico, definição das atividades e acompanhamento técnico; o IASB, que executa as ações, e o Ministério Público Estadual, a quem compete o acompanhamento e a fiscalização.
As ações tiveram início pela micro bacia do Rio Mimoso dado à fragilidade e à importância desse rio para toda região, explicou Alexandre Ferro. O Mimoso é o principal contribuinte do rio Formoso, que por sua vez deságua no Miranda, um dos principais rios do Estado. O rio tem 45 quilômetros de extensão, desde sua nascente até a foz, e a micro bacia engloba uma área de aproximadamente 25 mil hectares. Para efeito de ação, o rio foi dividido em três partes: alto, médio e baixo Mimoso. Os trabalhos de levantamento dos problemas na parte alta já foram concluídos e muitas intervenções já estão sendo feitas.
O diagnóstico foi feito a partir de imagens de satélite que possibilitou identificar os pontos críticos na mata ciliar ou em propriedades próximas que ameaçavam a integridade do rio. Os técnicos fizeram, então, visitas in loco para averiguar a situação e em seguida apresentados os projetos necessários para fazer a correção. Em geral os próprios produtores rurais executam as ações necessárias, quando não dispõe de recursos para tanto, procura-se parcerias.
“O objetivo é adequar a propriedade para que ela retenha ao máximo as águas das chuvas ou que contenha a velocidade da enxurrada de forma que chegue ao rio sem arrastar sedimentos nem causar erosão no curso”, explicou Alexandre Ferro. O que se busca é conciliar uma produção de qualidade com responsabilidade ambiental, enfatizou.
Paralelamente ao trabalho que prossegue nas outras etapas do rio Mimoso, o projeto começa a atacar o rio Formoso com uma metodologia diferente. Foram estabelecidos 10 pontos de monitoramento da qualidade da água na extensão do rio utilizando alguns instrumentos apropriados: disco de Secchi, régua e pluviômetro. Dependendo do grau de turbidez da água será decidido qual intervenção necessária para corrigir o problema.
Texto: João Prestes