Segundo estudo recém-lançado, propriedades rurais que adotaram sistemas de integração lavoura-pecuária e renovação de pastagem em 10% de suas áreas degradadas conseguiram não somente reduzir em 25% suas emissões por hectare mas ganhar maior volume de carne por animal.
Realizado pelo Imaflora, o estudo acompanhou cinco fazendas de gado de corte de Alta Floresta, no Mato Grosso, entre 2012 e 2014. Juntas, essas propriedades somam 3,5 mil hectares de pasto e 7,5 mil cabeças de gado bovino.
Ao longo dos dois anos, os pecuaristas fizeram mudanças graduais de boas práticas desenvolvidas pela Embrapa e pelo Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), envolvendo desde a renovação e o manejo correto do pasto e do boi à gestão ambiental, social e produtiva da propriedade.
A produção de carne também foi beneficiada, afirma o estudo. “À medida em que o pastou melhorou, as emissões caíram e o animal engordou mais rápido [dada a qualidade do alimento]”, disse Cirino Costa Jr, engenheiro químico da equipe de Clima e Cadeias Agropecuárias do Imaflora. Este é também um fator que contribui para a queda nas emissões: como engorda mais rápido, é também abatido mais rápido. Reduzindo o tempo de vida do animal, menos gases são emitidos.
Segundo o estudo, as intervenções foram capazes de reduzir a idade média de abate de 44 para 30 meses para machos e de 34 para 24 meses para fêmeas. Também aumentou a lotação de 1,2 unidade animal/hectare para 1,6 unidade animal/hectare e elevar a produtividade de 4,7 para 10,8 arrobas por hectare/ano.
O comportamento verificado no estudo permite projetar que, fossem reformadas a área total de pastagem dessas propriedades, o potencial de redução das emissões de gases-estufa seria de 50% por hectare.
Costa Jr reforça o enorme potencial da pecuária para o sucesso do compromisso assumido pelo governo brasileiro no Acordo de Paris.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.