Doença compromete o desenvolvimento da planta através da desfolha precoce
Doença provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi compromete o desenvolvimento da planta de soja e afeta a produtividade do grão. Clima contribuiu para manutenção do fungo
Quatro lavouras comerciais de soja dos Campos Gerais registraram focos da “Ferrugem Asiática”, doença provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que compromete o desenvolvimento da planta através da desfolha precoce e afeta diretamente a produção dos grãos. Em alguns casos, a produtividade pode ser reduzida em até 70%.
As áreas estão localizadas nos municípios de Arapoti, Castro, Tibagi e Ponta Grossa. A situação foi levantada pelo Engenheiro Agrônomo, Alan Cordeiro Vaz, por meio do Sistema de Informação de Doenças e Pragas (SID) da Fundação ABC, projeto responsável pelo monitoramento de doenças e pragas na área de atuação das cooperativas Frísia, Capal e Castrolanda. Segundo o coordenador da área de Fitopatologia e do SID, o Engenheiro Agrônomo Carlos André Schipanski, a equipe vem realizando o monitoramento desde a safra de inverno 2015 até o presente momento da safra 2015/2016. “Os focos em áreas comerciais foram descobertos há pouco mais de duas semanas. A ocorrência da ‘Ferrugem Asiática’ está condicionada a situação climática e também a presença do inóculo”, explica.
Segundo Schipanski, este ano é considerado extremamente importante para a doença. “Devido à presença forte do El Niño, o último inverno foi pouco rigoroso e praticamente sem geadas, fazendo com que as plantas de soja voluntárias, também chamadas de ‘plantas guaxas’, permanecessem vivas no campo, passando a manter e multiplicar a doença na entre safra. O fenômeno El Niño permanece atuando sobre o verão, provocando uma safra quente e úmida, e tais condições favorecem drasticamente a ocorrência e rápida evolução da doença”, destaca. “Com essa combinação de fatores, já era esperado o surgimento de focos da doença mais cedo que a safra anterior. Por conta disso, ficamos de olho e estamos orientando os produtores para que cuidem das lavouras com dedicação total”, completou o coordenador.
Na opinião de Schipanski, os agricultores não devem subestimar a doença. “Desde a safra 2009 não havíamos registrado condições tão severas para a ‘Ferrugem’. Esse quadro atualmente se inverteu e podemos ter perdas consideráveis, pois quanto mais cedo acontecer a infecção do fungo, maior será o potencial de perda da produtividade”, alerta. Na safra passada, os primeiros focos nos Campos Gerais, bem como em outras regiões do Paraná, foram encontrados no início de dezembro.
Agricultores devem ficar atentos ao uso de fungicidas
Para o coordenador da área de Fitopatologia da Fundação ABC, Engenheiro Agrônomo Carlos André Schipanski, o primeiro ponto que os produtores precisam ficar atentos diz respeito à aplicação de fungicidas de forma preventiva. “A aplicação preventiva é fundamental e garante boa parte do sucesso do controle da doença. Além do uso de um fungicida de alta eficácia, o produtor precisa ficar atento ao monitoramento do período residual entre as aplicações”, comenta. A equipe do SID realiza o monitoramento sistemáticos e os boletins são emitidos toda semana. “Extremamente importante para o combate da ‘Ferrugem’ é o agricultor ficar de olhos atentos e seguir à risca as orientações da assistência técnica”, finaliza.
Informações do Jornal da Manhã.