A presença de um bloqueio atmosférico no Sul do Brasil mantêm o tempo firme e sem previsões para chuvas em grande parte das regiões Sul e Sudeste, incluindo boa parte da região Sul. A ausência de chuva generalizada a mais de sete dias nestas localidades do país já começa a trazer muita preocupação aos produtores de milho safrinha, uma vez que os solos já se encontram com baixos níveis de umidade.
A boa notícia é que nesta semana a chuva retorna as regiões produtoras de milho safrinha do Paraná e do Mato Grosso do Sul. No Sudeste, as chuvas só deverão chegar mais no final da semana, entre a sexta e o sábado. Com isso, a semana será marcada pelo tempo firme e redução dos níveis de umidade do solo, desfavorecendo o desenvolvimento das lavouras, principalmente de 2ª safra, como milho e feijão. Mas por outro lado, a chuva mantem as condições favoráveis à realização da colheita da cana de açúcar, que segue avançando em todas as regiões produtoras do Centro-Sul. Bem como a colheita do arroz, milho e soja no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e demais localidades do Sudeste.
Os modelos de previsão indicam que a primeira quinzena de abril deverá ser marcada por chuvas apenas na forma de pancadas irregulares sobre as regiões produtoras de milho de SP, MG, PR e do MS, o que poderá gerar algumas perdas pontuais de produtividade. As temperaturas seguirão com grande amplitude em toda a região Centro-Sul, com madrugadas mais amenas e dias quentes.
No Centro-Oeste e em grande parte do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia Pará e Rondônia a semana será marcada pelas chuvas irregulares. Os modelos não sinalizam que ao longo desta semana possam vir a ocorrer chuvas que abrangem toda uma grande região. Com isso, uma ou outra propriedade poderá receber volumes baixos ou até mesmo nada de chuva. Não há indícios de que essa irregularidade no regime de chuvas possa trazer prejuízos aos produtores, mas como a partir da semana que vem às chuvas ficarão ainda mais irregulares, uma ou outra perda no potencial produtivo poderá ser relatada em lavouras de milho e algodão, uma vez que ainda há lavouras em fase de desenvolvimento e que irão necessitar de chuvas até o dia 20/04.
Portanto, a chuva sobre as áreas produtoras de milho safrinha do MT, RO, GO e do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia só deverão se estender até dia 12/04, depois a tendência é que as chuvas fiquem realmente escassas, com a possibilidade apenas de eventuais pancadas de chuvas muito localizadas e de baixa intensidade.
Análise das condições do tempo na última semana:
Os últimos dias foram novamente marcados pelo tempo seco em toda a região centro-sul do Brasil, onde os produtores conseguiram avançar, sem dificuldades com a colheita do milho, da soja e do arroz, alcançando índices recordes de produtividade. Porém, a ausência de chuvas no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e em Minas Gerais já vem causando alguns problemas pontuais em lavouras de milho. Não há relatos de perdas significativas nos potenciais produtivos, mas a apreensão é grande, ainda mais se as chuvas não se confirmarem durante esta semana.
Já na metade norte do Brasil, o corredor de umidade que está posicionado sobre a região manteve o tempo bastante instável e com ocorrências de pancadas de chuvas quase que diárias. Além disso, em algumas propriedades do oeste da Bahia já relatos de perdas no algodão, por conta do apodrecimento dos botões florais do terço inferior da planta.