Mauricio Saito respondeu perguntas sobre a crise econômica brasileira, expectativas para o setor agro, questão indígena, Cadastro Ambiental Rural e ações da Famasul em 2016.
Em um ano em que a crise econômica no Brasil afetou diversos setores, o agronegócio conseguiu manter o bom momento e ainda assim registrou crescimento no ano de 2015. Para saber as razões disso e também sobre as perspectivas do setor agro para 2016, o Notícias da Pecuária entrevistou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Mauricio Saito.
Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Notícias da Pecuária: Mauricio, apesar da crise econômica de 2015, o setor da agricultura registrou alta. Como você pode explicar isso?
Mauricio Saito: O setor agropecuário brasileiro é exemplo de competitividade para todos os setores produtivos inclusive no cenário internacional. Em Mato Grosso do Sul, esse cenário se mantém, visto que batemos recordes sucessivos de produção, fortalecidos principalmente pelo aumento da produtividade e constantes investimentos em tecnologia.
Para exemplificar, podemos apontar o avanço dos ganhos em produção conquistados na última década aqui no Estado. Nesse período, o aumento na produção de grãos foi de 119,2%, alcançando 16 milhões de toneladas na safra 2014/15, enquanto que a área de cultivo agrícola ampliou somente 34% no mesmo intervalo.
NotPec: Quais são as expectativas para o setor agro para o Brasil e para Mato Grosso do Sul em 2016?
MS: No lançamento da colheita observamos uma prévia da produção regional estimada em 7,2 milhões de toneladas, com crescimento de 4,1% em relação à safra anterior. O cenário nacional também aponta a importância da oleaginosa nos números da exportação. De modo geral, mesmo com a instabilidade da economia e clima imprevisível, o produtor rural demonstra mais uma vez sua força e bravura. É uma característica do setor enfrentar esse tipo de desafio e alcançar a superação, resultado que reflete o constante investimento em tecnologia, inovação e sustentabilidade.
NotPec: Quais ações a Famasul pretende realizar neste ano?
MS: Este ano temos um intenso calendário de atividades, a exemplo do primeiro trimestre. Tivemos o lançamento da colheita da soja e plantio do milho, por meio da Aprosoja – instituição do Sistema Famasul, nesta semana estamos com a 22ª Showtec, em Maracaju, que recebe nossa parceria; fevereiro registra um dos eventos mais importantes para nós, que o é Encontro de Instrutores, momento especial de troca de conhecimento e experiências com esses profissionais que estão diretamente no campo com o produtor rural; e em março estamos com mais uma edição da Dinapec, em parceria com a Embrapa, evento tradicional e de grande importância para nosso Estado.
NotPec: Este ano temos o prazo final de inscrições para o Cadastro Ambiental Rural e várias propriedades ainda não preencheram o CAR. Acredita que até a data limite Mato Grosso do Sul terá 100% das propriedades rurais cadastradas?
MS: O Sistema Famasul tem colaborado para o esclarecimento e adesão dos produtores rurais, com realização de palestras proferidas desde 2014 em vários municípios do Estado, por intermédio dos sindicatos rurais. Além disso, lançamos no final do ano passado a cartilha Radar Ambiental, uma ferramenta com perguntas e respostas do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Novo Código Florestal. No governo do Estado também estão sendo realizadas várias ações, no sentido de obter o maior percentual possível de cadastros.
NotPec: Acredita que neste ano a questão indígena voltará a tona? A que pé está esta situação?
MS: Estamos acompanhando as atividades da CPI do Cimi, que retoma as oitivas em fevereiro, com o retorno das atividades da Casa de Leis. Como representante dos interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, o Sistema Famasul espera que os resultados nos tragam esclarecimentos e a responsabilização pelas 96 invasões que hoje temos em nosso Estado.
Vicenzzo Vicchiatti, Notícias da Pecuária.
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