O estudo é o primeiro a mostrar um grande impulso na eficiência básica da fotossíntese, de acordo com o The Guardian, que prevê que plantas alteradas desta forma poderiam ajudar a atender o que a Organização das Nações Unidas (ONU) projetou que será um aumento de 70 por cento na demanda por alimentos nos próximos 30 anos.
Plantas usam a fotossíntese para transformar a luz solar e dióxido de carbono em energia e carboidratos. No entanto, sob a luz do sol, elas têm uma maneira de eliminar fótons extras que não precisam.
Se o tempo fica nublado, elas aumentam a fotossíntese novamente, mas apenas lentamente. Esse é o processo que os cientistas procuraram tornar mais eficiente. Eles fizeram isso adicionando cópias extras do gene que regula a transição. Isso encurtou o processo conhecido como “tempo de recuperação fotossintética”, para que as plantas aproveitassem mais luz solar.
A equipe já incorporou os genes no arroz e no milho, de acordo com a Science, e pode encontrar formas de tornar a resposta das plantas às mudanças da condições de luz ainda mais rápido.
“Não sabemos com certeza se essa abordagem funcionará em outras culturas, mas porque estamos direcionando um processo universal que é o mesmo em todas as lavouras, temos quase certeza de que sim”, disse Stephen Long, pesquisador da Universidade de Illinois, que liderou o projeto, disse ao Guardian.
As plantas de rápido crescimento ficaram entre 14 e 20 por cento maiores após crescer durante três semanas em parcelas de teste em Illinois. Isso é um ganho enorme na produção em uma única etapa. Em comparação, os agricultores dos EUA conseguiram aumentar os rendimentos de milho de forma constante, usando uma variedade de métodos, mas em apenas cerca de 2% ao ano.
Long disse ao New York Times que ele acredita que “ganhos de produção de 50% ou mais podem ser alcançados” com a engenharia genética e que a tecnologia poderia criar uma segunda “Revolução Verde”, uma referência aos ganhos de produtividade que os métodos agrícolas modernos trouxeram para o mundo em desenvolvimento durante o último século.
A pesquisa foi realizada junto com Krishna Niyogi na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e foi financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates.
Uma outra equipe de pesquisa, chamada C4 Rice Consortium, também tem procurado alterar a fotossíntese em um esforço para aumentar os rendimentos de arroz e trigo em 50 por cento enquanto usa menos água e fertilizante (veja Supercharged Photosynthesis).
FONTE: MIT Technology Review
Antonio Regalado
Tradução de Elisa Matte (Opinno)
Agrosoft