Embrapa, que participou da pesquisa, quer trazer e desenvolver variedades para o mercado brasileiro
Uma pesquisa desenvolvida em conjunto entre Brasil e México resultou em um feijão com até 84 vezes mais acido fólico que as cultivares convencionais. O trabalho foi desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e o Instituto Tecnológico de Estudos Superiores de Monterrey.
A técnica utilizada é conhecida como biobalística. Os genes são, como explica a Embrapa, “bombardeados” para a planta e passam a integrar seu genoma. No feijoeiro, a empresa brasileira de pesquisa é a única a dominar essa técnica, de acordo com o comunicado oficial.
Os pesquisadores utilizaram três variedades bastante consumidas no mercado mexicano. Foi introduzido um gene da erva Arabidopsis thaliana, que estimula a produção do ácido fólico. Na cultivar com melhores resultados, chamada de Durango, o teor chegou a ser 84 vezes maior que o convencional. Em outra, a Saltillo, foi 22 vezes superior.
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Ainda conforma o comunicado da Embrapa, foi constatado também que, no cozimento, a perda de ácido fólico dessas novas cultivares é menor. Em uma variedade convencional a quantidade cai de 389 para 81 microgramas. Assim, 100 gramas atendem a pouco mais de 20% da necessidade humana. Com o produto geneticamente modificado, essa proporção chega a 82%.
As cultivares ainda aguardam autorização para testes de campo. A parceria entre as instituições garante à Embrapa a possibilidade de trazer o feijão do México para desenvolvimento no Brasil.
O ácido fólico, ou vitamina B9, é essencial para o bom desempenho de várias funções do corpo humano, entre elas, a síntese e a reparação do DNA, divisão celular, produção de proteínas. Um ser humano adulto precisa de 400 microgramas dessa vitamina por dia. Uma mulher grávida precisa de 600 microgramas.