O MiBIO (Museu Interativo da Biodiversidade), inaugurado oficialmente nessa quinta-feira (21) pelo governador Eduardo Riedel e o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, promete se transformar num dos mais importantes atrativos do Bioparque Pantanal, espaço de ciência e pesquisa que conquistou relevância mundial. O ato de inauguração do MiBIO contou com a participação de poucas pessoas, todos ligados à Semadesc, ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e ao próprio Bioparque Pantanal.
O secretário Jaime Verruck explicou que já havia feito uma vistoria técnica, em companhia do diretor presidente do Imasul, André Borges, para se certificar de que o museu estava pronto para ser inaugurado, e o ato dessa quinta-feira (21) com a presença do governador e da primeira-dama Mônica Riedel apenas marcou a entrega do espaço para gestão do Bioparque. “Agora o Imasul repassa o museu que fará parte do circuito de visitação do Bioparque Pantanal já a partir de amanhã (22)”, disse Verruck.
O governador e a primeira-dama percorreram todas as estações, ouvindo as explicações a respeito de cada elemento, interagiram e se disseram admirados pela tecnologia empregada, o conteúdo científico disponibilizado de maneira que possa ser compreendido por todos os públicos, a riqueza dos detalhes e beleza dos cenários. O MiBIO segue o conceito do Bioparque Pantanal de ser um espaço de inovação e tecnologia, aberto a pesquisas científicas e com foco na educação ambiental.
“As pessoas conhecem muito de Mato Grosso do Sul através do Bioparque Pantanal. Agora com o MiBIO isso se intensifica mostrando a relação do homem com a natureza, toda caracterização do bioma, ou seja, é mais um espaço de educação, de conhecimento e também de entretenimento. Acho que é isso que a população busca, nosso turista busca, aquelas pessoas que vêm a Mato Grosso do Sul”, disse o secretário Jaime Verruck.
O MiBIO
O MiBio foi idealizado pelo museógrafo Nivaldo Vitorino, autor de outros projetos importantes no Estado como o Muhpan (Museu de História do Pantanal, em Corumbá) e o Centro Histórico-Geográfico de Costa Rica. Vitorino faleceu em agosto de 2018, portanto não viu sua obra no Bioparque Pantanal ser concluída. Além dele, uma equipe extensa de pesquisadores contribuiu com dados científicos e na formatação do museu. O projeto teve sequência pelo Estúdio Sarassá, que manteve o conceito original de Nivaldo Vitorino, conforme assegurou o coordenador Antônio Luiz Ramos Sarassá Martins.
O museu ocupa cerca de 311 metros quadrados dentro do Bioparque Pantanal. Os números impressionam pela quantidade de equipamentos de alta tecnologia em um espaço relativamente pequeno: são 46 projetores, 56 computadores, 43 televisores, 32 dioramas, cerca de 500 pontos em telas onde o visitante pode interagir. Foram investidos cerca de R$ 20 milhões na obra, recursos próprios do Governo do Estado e de convênios com a Petrobras e a Finep – Financiadora de Estudos e Projetos do Governo Federal.
O MiBIO já nasce como um dos mais modernos museus interativos do Brasil, garante o coordenador do projeto. A primeira estação que o visitante verá assim que entrar é um painel extenso que exibe vídeos contando desde o início da formação e expansão do Universo, as fases de formação da Terra, tudo em linguagem científica, porém de fácil compreensão. Logo em seguida, tem uma projeção mostrando as evidências da formação de Mato Grosso do Sul com base em estudos arqueológicos e na Paleontologia.
Nesse mesmo espaço está a segunda estação, que compreende uma mesa sobre a qual incide uma projeção mapeada com fotos do Pantanal que vai se alternando. Na mesa há também telas que permitem a interatividade, com um toque abre-se mais informações. Essa estação conta a formação da planície pantaneira, seus rios, animais, vegetação.
A próxima estação é um túnel com 60 metros de comprimento e projeções nas duas paredes que contam um pouco da história da energia até se transformar em átomo, formar moléculas, que juntam e formam um órgão que dão origem a uma espécie. É um passeio pela biologia de forma lúdica e sempre bastante interativa. A mensagem nesse túnel é mostrar que a vida é igual para todos – animais, plantas – desde a origem e por isso precisa ser valorizada igualmente.
Saindo do “túnel da vida” o visitante se depara com um vasto ambiente, o maior, em que estão diversas estações. A primeira é a Carta da Terra projetada na parede, os compromissos que a humanidade fez de cuidar do planeta. Tem ainda uma pequena sala de projeção em formato cilíndrico com capacidade para 15 lugares, mais os lugares reservados a pessoas com necessidades especiais. Os visitantes assistirão um vídeo de 8 minutos que mostra o vôo de uma semente saindo do Bioparque rumo ao Pantanal, com imagens captadas por drones revelando as belezas das paisagens por onde passa. Por fora dessa estrutura são projetadas imagens de cachoeiras.
Há ainda uma mesa sobre a Teoria da Evolução em que é possível ver a estratigrafia de como as eras foram se sobrepondo umas às outras, as várias espécies de hominídeos de que se tem registro até o mais recente, o homo sapiens. Em outra mesa o visitante pode “brincar de ser Deus” movendo a areia e reconstruindo relevos, fazer chover e formar rios. No diorama principal com 22 espécies o visitante escolhe o animal conduzindo o cursor com o movimento da mão até a fotografia e abre uma tela com mais informações sobre ele, ao mesmo tempo em que ouve seu ruído no sistema de som.
“O MiBIO já nasce como um dos maiores museus interativos do Brasil e com um conteúdo vasto que aborda o macrocosmos e suas origens e chega ao microcosmos detalhando a riqueza da biodiversidade sul-mato-grossense e pantaneira”, diz Antônio Martins. Para visitar todo o museu conferindo seu conteúdo completo a pessoa demora no mínimo 3 horas. “Acredito que muita gente virá mais de uma vez pra ver coisas não conseguiu ver numa visita só. E quem já tinha visitado o Bioparque vai querer voltar”, disse Verruck.
Texto: João Prestes
Fotos: Mairinco de Pauda