Mato Grosso do Sul contará com seis termoelétricas gerando energia elétrica a partir da queima de madeira de eucalipto nos próximos anos, uma novidade não só para o Estado, mas para o País. Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck, além das termoelétricas, cinco novas empresas vão se instalar na região sul nos próximos meses e todas elas vão usar a biomassa como matéria-prima.
As usinas de açúcar e de álcool e as fábricas de celulose já produzem energia a partir da biomassa. As empresas armazenadoras de grãos, os aviários e os frigoríficos também usam a madeira e o cavaco do eucalipto para gerar calor e energia.
Para os produtores de florestas sul-mato-grossenses este é um mercado novo e crescente que usa energia limpa e renovável, agregando valor aos seus negócios florestais. É mais uma cadeia que se forma. A biomassa surge num momento em que a demanda mundial está voltada para o aperfeiçoamento da matriz energética, substituindo fontes fósseis e poluentes por combustível ecologicamente correto.
Este será o tema principal do Programa Mais Floresta, uma realização do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, que vai acontecer no próximo dia 06 de novembro, no Sindicato Rural de Dourados, com palestras pela manhã e dia de campo à tarde. O organizador do evento, Paulo Cardoso, justifica a necessidade de maior circulação de informações a respeito do assunto com a criação, nos últimos dois anos, de cinco novas empresas de produção de cavaco. “Os silvicultores, que antes não tinham para quem vender suas florestas, começam a vislumbrar um mercado novo que só tende a crescer nos próximos anos, por isso a necessidade de debatermos o tema geração de energia a partir da biomassa”, afirma.
O programa Mais Floresta já foi realizado nos municípios de Três Lagoas e Maracaju. “O programa quer difundir o potencial da silvicultura nas diferentes regiões porque o segmento é promissor e está em expansão no Estado, tanto pela produção de papel como de energia”, justifica o superintentende do Senar/MS, Rogério Beretta. O Senar/MS tem oito cursos na área da Silvicultura.
Palestrante da edição de Dourados, José Carlos Bianchini Sottomaior, vai apresentar em sua palestra novidades em termos de equipamentos e tecnologias avançadas para a produção de biomassa não só de florestas, mas também de resíduos agrícolas e urbanos. “Por ser um produto natural, de fácil manuseio e elevada densidade energética, a biomassa do eucalipto – tanto na forma de cavaco como de pellet – tem como principal aplicação a geração de energia térmica, mas também pode ser utilizada como combustível para a geração de energia elétrica em indústrias, usinas termoelétricas e até na propriedade rural”, adianta.
Sottomaior destaca também que existe um mercado de pellet crescente no Brasil. “Mato Grosso do Sul tem um grande potencial, mas para alcançar eficiência na produção deste biocombustível a partir da biomassa é preciso bem mais do que empresários dispostos a investir numa tecnológica indústria de grande porte. A competitividade global depende, acima de tudo, de competência política. E, ao meu ver, o governo do Estado está indo no caminho certo”. Programa Mais Floresta: para mais informações acesse www.senarms.org.br/projetos/mais-floresta.
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