A criação de tilápia em água de fluxo contínuo produz grande quantidade de peixe em um espaço reduzido.
São diversas as modalidades da piscicultura existentes. Porém, o programa Brasil Rural desta quinta-feira (11) conversou com o pesquisador na Área de Piscicultura da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) Vicente Gontijo sobre a modalidade de criação de tilápia em água de fluxo contínuo. O projeto dessa modalidade está sendo reativado para ser ajustado e implantado.
O pesquisador explicou que essa cultura é feita em caixas d’água que podem ser de fibra de vidro, ferro, cimento ou lona plástica. Segundo ele, a diferença é que na produção convencional a água fica parada, não há renovação, e na criação de fluxo contínuo o volume de água é quase 100% trocado em uma hora.
“O fluxo contínuo de água é necessário, porque a densidade de peixes com que se trabalha é bem alta – são até 300 quilos por caixa de 2000 litros. Essa troca da água repõe o oxigênio e descarta a amônia que o peixe excreta”, acrescentou.
Essa é uma forma de criação intensiva e, de acordo com Vicente Gontijo, a grande vantagem desse sistema é a mão de obra, com manejo é simples. A água retirada da caixa sai rica em amônia e fósforo e pode ser usada em uma produção secundária, como a produção de hidropônicas ou na produção de ração para o próprio peixe. A água também pode ser reutilizada na piscicultura, após a reoxigenação, diminuindo ainda mais o gasto de água.
“Com a renovação, reutilização o impacto ambiental é praticamente zero, porque você não vai jogar a água cheia de nutrientes, cheia de fezes, sobra de ração em um rio, em um córrego. Então, o impacto ambiental é muito baixo nesse sistema”, explicou.
O espaço é reduzido nessa forma de cultura e o trato, a ração e frequência da alimentação são iguais à cultura no tanque. A tilápia já é um peixe muito aceito no mercado. O projeto de criação de tilápia em água de fluxo contínuo já foi implantado há 4 anos, mas foi pausado em consequência das secas no Sudeste e, agora, está sendo reativado. A proposta é que em até um ano e meio os ajustes já sejam feitos ajustes e definidas formas de reduzir os custos de produção e de impacto ambiental.
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