Bellamy acrescenta que a demanda da China continuará a crescer, mas a uma taxa menor, que os preços do petróleo devem permanecer na casa dos US$ 50 por barril e que a alta do dólar ante outras moedas deve persistir. “Como resultado, o comércio de lácteos deve crescer a uma taxa menor do que em anos recentes, puxado mais pelo crescimento da população do que pelo aumento do consumo per capita”, destaca o relatório.
Para o banco, “felizmente” isso acontece num momento em que há dificuldade de ampliar os excedentes exportáveis de lácteos de forma rápida nos países exportadores. Isso porque um maior avanço na Nova Zelândia – responsável por 28% das exportações mundiais de lácteos – está limitado pela disponibilidade de terra no país; há estabilização da produção na Europa depois da remoção do sistema de cotas; e as ambições exportadoras dos EUA são limitadas pelo crescimento da demanda doméstica e pelo dólar forte.
Ademais, o comércio de lácteos deve seguir dominado por rotas regionais mais do que por rotas globais, com tratados de livre comércio influenciando sobremaneira os volumes. A exceção, segundo o Rabobank, será a Ásia, que continuará a ser “um campo de batalha altamente competitivo para os exportadores [de lácteos] ao redor do globo”.
E tudo isso deve ser combinado com o potencial de renegociação ou cancelamento de acordos comerciais após a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, diz o banco holandês.
Diante desses fatores, o banco estima que nos próximos três anos o crescimento no comércio de lácteos irá diminuir ligeiramente. Para o Rabobank, deve haver menor crescimento dos volumes importados pela China, mas maior foco em valor. Isso significa que enquanto a volatilidade deve continuar, aumentos nos preços médios no longo prazo devem ser limitados.
As incertezas no mundo hoje também podem ter um impacto importante sobre o comércio global de lácteos, observa o Rabobank. Entre eles estão a eleição de Donald Trump nos EUA, as incertezas nas relações com Rússia, as incertezas no Oriente Médio, o desempenho da economia chinesa, o Brexit e o destino da Parceria Transpacífico (TPP) e da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP).
As informações são do Valor Econômico.