Medidas de controle devem ser intensificadas por tempo indeterminado
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) emitiu nesta sexta-feira (9) alerta sanitário, por tempo indeterminado, para intensificar as ações de defesa destinadas a prevenir a entrada da gripe aviária no país. Não é a primeira vez que o Mapa emite este tipo de alerta, porque a doença é uma ameaça permanente no mundo. Por ser livre da gripe aviária, o Brasil precisa redobrar seus esforços para proteger a sanidade de seus planteis de aves.
De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, os setores público e privado deverão aplicar medidas mais rígidas de controle dos plantéis. “Nossa maior preocupação são as aves migratórias, que vêm ao país para fugir do inverno no Hemisfério Norte. A produção comercial já tem controles sanitários muito rígidos.”
“Todos os integrantes da cadeia produtiva devem estar conscientes do risco e preparados para enfrentá-lo. Qualquer mortalidade alta de aves deve ser imediatamente informada ao serviço veterinário oficial, a fim de que os veterinários possam estar na propriedade num prazo de até 12 horas para começar a investigação”, alerta Guilherme Marques.
Segundo ele, o Brasil vem fazendo trabalho contínuo de prevenção à gripe aviária, que também oferece risco à saúde humana. Com o alerta, o acesso às granjas (pessoas, animais e veículos) ficará mais rigoroso. Além disso, será intensificado o treinamento das equipes de veterinários. O Mapa também já comprou materiais e equipamentos para situações de emergência e revisou os planos de contenção da doença.
O território brasileiro tem 20 sítios (locais) de monitoramento da entrada das aves migratórias, com vigilância ativa para influenza aviária e doença de Newcastle em aves domésticas residentes ao redor de 10 km desses locais. Nesses lugares também há vigilância passiva para as aves migratórias/silvestres.
Pelo menos 197 espécies de aves podem migrar. Desse total, 53% (104 espécies) se reproduzem no Brasil e 47% (93 espécies) têm sítios de reprodução em outros países.
Abaixo, a íntegra do ofício enviado pelo Mapa às entidades do setor produtivo:
Ofício nº 245/2016/DSA-SDA – MAPA
Brasília, 09 de dezembro de 2016.
ABPA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL
Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Aves e Suínos do MAPA
Conferação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA
Prezados Senhores,
Conforme registro no Sistema Mundial de Informações de Saúde Animal-WAHIS da OIE observa-se, de forma contínua e persistente, a ocorrência de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade – IAAP em diversos países do mundo.
Particularmente quanto à situação na Europa, destaca-se a ocorrência do vírus cepa H5N8 em aves silvestres e também em alguns plantéis comerciais e de subsistência.
Neste sentido, solicitamos adoção de medidas para reforçar as ações de vigilância, bem como a manutenção adequada dos sistemas de biosseguridade já implantados.
As principais fontes de infecção dos focos notificados à OIE em aves comerciais ou de subsistência têm sido por contato com aves silvestres infectadas. Dessa forma, faz-se necessário uma maior atenção quanto ao isolamento dos plantéis em conformidade com o disposto na Instrução Normativa nº 56, de 4 de dezembro de 2007.
VALERIA BURMEISTER MARTINS, Diretor (a) do Departamento de Saúde Animal – Substituto
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