Campo Grande (MS) – Durante o 4º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, o secretário de Estado de Meio Ambiente de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, destacou os investimentos em logística para destravar a produção e o escoamento no Estado e impulsionar o crescimento econômico.
“Para o governo do Estado o investimento na logística é fundamental. Os incentivos fiscais têm dia e horar para terminar. O que resultará no grande potencial do Estado e fará com que Mato Grosso do Sul se torne competitivo é a capacidade logística. Os excedentes da produção de celulose precisam ser absorvidos por novas empresas. Temos que atrair novas indústrias para consumir o eucalipto excedente no Estado. Temos uma produção de 820 mil hectares de plantio de eucalipto. Para promover esta expansão no mercado de produtos florestais, temos que ter logística” afirmou Verruck.
De acordo com o secretário, três grandes eixos estão sendo trabalhados pelo governo do Estado. “O governo está realizando um diagnóstico das estradas vicinais e identificando as que são mais utilizadas pelo setor industrial para o transporte de produtos e matéria-prima. Queremos fazer parceria com o governo Federal para substituir as pontes de madeira por pontes de concreto. Outro ponto que estamos trabalhando é a recuperação das principais rodovias do Estado utilizadas para o escoamento, principalmente a BR 262, que liga Campo Grande a Três Lagoas. As estradas que dão acesso a este grande eixo (BR 262) de escoamento precisam ser revitalizadas. Também estudamos fazer uma concessão privada da BR 262 para a sua duplicação. Esta rodovia é o grande eixo de expansão florestal do Estado. Outro ponto são as ferrovias. Vamos acelerar o processo de estruturação da Ferrovia Estrela D’Oeste (SP) até Dourados (MS), que também será uma grande opção de saída para o escoamento da produção” pontuou o secretário de Desenvolvimento Econômico.
Estas ações fazem parte de um Plano Estadual de expansão da cadeia produtiva, conforme explicou Verruck. “Estamos tratando da integração da rota bioceânica para a produção ser escolada também pelo porto de Iquique, no Chile. Temos um planejamento para estruturar e incentivar o uso da hidrovia do Rio Paraguai através de Porto Murtinho e aguardamos do governo Federal a conclusão da ponte sobre o Rio Paraná, para desafogar o fluxo sobre Jupiá, na divisa com São Paulo” finalizou o Secretário da Semade.
Jaime Verruck foi o mediador do Painel de Transporte – Necessidades de Investimentos de curto, médio e longo prazo para MS. O painel contou também com o Diretor Florestal da Fíbria Celulose, Aires Galhardo, que destacou a importância da estruturação logística para o setor industrial e citou exemplos do alto custo de produção que ainda as empresas têm no Estado por falta de infraestrutura adequada.
Outro palestrante que participou o Painel mediado por Verruck foi João Pedro Cuthis Dias, que falou sobre a importância da multimodalidade de transportes para o setor florestal de Mato Grosso do Sul a abordou as características de cada modalidade de transporte e a importância de cada uma delas. Representando a secretária Executiva do Ministério dos Transportes, Luiz Carlos Ribeiro, falou sobre o planejamento e as obras do governo federal e em Mato Grosso do Sul, dando ênfase no Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Plano de Investimento em Logística (PIL). Participou o painel de Transportes também Ednei Marcelo Miglioli, Secretário Estado de Infra-Estrutura de MS.
O congresso
O 4º MS Florestal tem como tema “Novos desafios da Indústria de árvores no MS” e conta com a presença de palestrantes de renome que compartilharão suas experiências abordando assuntos que contribuirão para o desenvolvimento do setor. O evento começou na segunda-feira (13) e encerra-se amanhã (15), às 12h30.
O estado de Mato Grosso do Sul, na atualidade, tem mais de 800 mil ha plantados de eucalipto, podendo chegar a mais de um milhão muito antes do previsto por ocasião do lançamento do Plano Florestal em 2008.
De acordo com o presidente da Reflore MS (realizadora do evento), Moacir Reis, o desafio agora é utilizar essa madeira plantada no estado para outros fins. “O objetivo é atrair outras indústrias e empresas da cadeia florestal para dinamizar ainda mais o setor de florestas plantadas, como: móveis, fósforo, palitos, dentre outros. O estado tem todos os recursos necessários, hidrografia, clima, topologia, além de energia gerada da própria matéria prima. Este cenário transformará muitos municípios, gerará centenas de empregos e incentivará a abertura de novas micro e pequenas empresas de bens e serviços pela população local. Nesse sentido, é necessário um trabalho em conjunto do governo de Mato Grosso do Sul juntamente com os prefeitos dos municípios envolvidos com o setor de base florestal para maximizar os esforços na melhoria da: infraestrutura; qualificação; desoneração da carga tributária; defesa sanitária; genética e ainda na formação de um núcleo de Prevenção, Controle e Combate a incêndios. Dessa forma, a indústria, ao transformá-la, gerará o desenvolvimento e a riqueza que tanto buscamos em nosso estado” afirma o presidente da Reflore.