Durante a abertura do I Seminário de Educação Ambiental para a Gestão Pública Municipal, realizado nesta quinta-feira (6), no auditório do Bioparque Pantanal, em Campo Grande, foram lançados os livros “A Preguiça de Lili”, voltado a alunos do Ensino Fundamental, e “Lili, a quatizinha preguiçosa”, destinado à Educação Infantil. As obras, escritas e ilustradas pela bióloga e médica veterinária Mariana Mirault, servidora da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), tratam de temas como conservação da biodiversidade e ameaças à fauna urbana, despertando desde cedo a consciência ambiental em crianças e educadores.
O lançamento reuniu gestores e educadores de diversos municípios de Mato Grosso do Sul e marcou um momento simbólico de integração entre ciência, arte e educação. De forma lúdica e sensível, as histórias de Lili, uma quati que mora no Parque dos Poderes, buscam aproximar o público infantil da realidade dos animais silvestres que convivem nos centros urbanos e sensibilizar para a importância da convivência harmoniosa entre natureza e sociedade.
Durante sua apresentação, Mariana Mirault compartilhou com o público o processo de criação dos livros, detalhando cada etapa, desde a concepção da personagem e o enredo até a fase de ilustração. A estrutura narrativa foi pensada para seguir os elementos clássicos de uma boa história, com a estruturação da personagem, conflito, clímax e solução, “tudo isso misturado com uma pitadinha de ciência”. Ela mostrou ainda como o projeto foi formalizado dentro da Semadesc e como envolveu diferentes áreas e instituições parceiras, como o Imasul, a SED (Secretaria de Educação), universidades e municípios.
As obras também foram elaboradas em consonância com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). No caso do Ensino Fundamental, as histórias dialogam com competências gerais que atravessam todas as áreas do conhecimento, como empatia, responsabilidade, cultura digital e sustentabilidade e se integram aos componentes de Ciências da Natureza e Linguagens. Já para a Educação Infantil, o conteúdo se articula aos chamados “campos de experiências”, estimulando a convivência, o respeito, a imaginação, a expressão artística e a percepção de fenômenos da natureza.
Ao abordar o processo de ilustração, Mariana destacou que se inspirou na obra da colombiana Valentina Toro e utilizou técnicas de cartonagem e fotografia na criação visual das personagens e cenários. “Quis unir o rigor da ciência com o encantamento da literatura infantil. As histórias falam de ecologia e conservação de maneira leve e divertida, transformando conhecimento em afeto”, afirmou.
O secretário adjunto da Semadesc, Artur Falcette, ressaltou que o projeto estabelece um novo parâmetro para as ações de educação ambiental no Estado. “Acompanhei todo o processo e me surpreendi com a qualidade do material. Mariana nos entregou um trabalho artístico e pedagógico de excelência, fruto de sensibilidade e dedicação. Ela elevou o nível, criou um padrão de qualidade que passa a orientar os futuros projetos da secretaria. Que esse exemplo inspire outros servidores a acreditarem em suas ideias e transformá-las em projetos concretos”, comentou.
O secretário Jaime Verruck destacou o simbolismo do trabalho de Mariana como exemplo de inovação dentro do serviço público e de fortalecimento da educação ambiental em Mato Grosso do Sul. “O que mais emociona nesse projeto é o caminho percorrido. Ele mostra como, mesmo diante das burocracias, é possível transformar uma boa ideia em resultado concreto. A Mariana teve uma ideia, acreditou nela e persistiu. E o resultado é um material de altíssimo valor educativo e simbólico. Quando falamos em enfrentar os grandes desafios ambientais, tudo começa aqui, na formação, na sensibilização, na educação ambiental. É isso que constrói um futuro sustentável”, afirmou.
Os livros “A Preguiça de Lili” e “Lili, a quatizinha preguiçosa” foram produzidos com apoio da Semadesc, da SED (Secretaria de Educação) e do Sebrae-MS, dentro das ações integradas da Política Estadual de Educação Ambiental. O material foi entregue às secretarias municipais de meio ambiente e poderá ser utilizado como apoio pedagógico nas escolas da rede pública e em programas de educação ambiental.
Marcelo Armôa, Semadesc
Fotos: Mairinco de Pauda, Semadesc







