Lavoura, pecuária e floresta na mira de produtores da região sul de MS

Categoria: Geral | Publicado: terça-feira, dezembro 15, 2015 as 14:15 | Voltar

Registro do Encerramento do DC ILP e ILPF - Antônio Oliveira, superintendente de Planejamento da Sepaf, Gervásio Kamitani, superintendente da Copasul e Guilherme Asmus, chefe geral da Embra - Foto: Sílvia Z. Borges/Embrapa

A adoção de sistemas sustentáveis de produção nas propriedades rurais de Mato Grosso do Sul pode e precisa ser ampliada. Segundo pesquisador Júlio Cesar Salton, da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), ainda existem propriedades que realizam o monocultivo da soja ao invés da rotação de culturas, o que intensifica os problemas sanitários, aumenta o custo de produção e deixa a produtividade média da cultura estagnada em MS. Soma-se a isso, o fato de ainda existir milhões de hectares de pastagens degradadas no estado.

Sílvia Z. Borges/Embrapa - Soja BRS 388RR entre eucaliptos, onde entrará milho com braquiaria na safrinha

Soja BRS 388RR entre eucaliptos, onde entrará milho com braquiaria na safrinha

Esse tema foi debatido por pesquisadores da Embrapa e técnicos da Copasul com cerca de 80 inscritos - entre técnicos, produtores rurais, estudantes e professores de ciências agrárias, no Dia de Campo "Sistemas integrados de produção agropecuária (Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta)", realizado em 9 de dezembro. O evento foi na Fazenda Copasul II, onde estão os experimentos da Embrapa Agropecuária Oeste (que somam uma área de 31 hectares).

Para o superintendente da Copasul, Gervásio Kamitani, a possibilidade de melhorar a produção de carne da região de Naviraí associada a produção de grãos deve ser aproveitada pelos produtores. "É uma grande oportunidade de aumentarmos a produção de carne, investir na produção de culturas e diversificar sem perder de vista a sustentabilidade", disse Kamitani.

Antônio Oliveira, superintendente de planejamento da Secretaria de Produção e Agricultura Familiar de MS (Sepaf/MS), representando o secretário Fernando Lamas, lembrou que o governo do Estado vai colocar em prática, em 2016, o Programa de Recuperação de Pastagens Degradadas. Entre as ações do programa, estão financiamentos por meio do FCO, entre outros; instalação e ampliação de armazéns e capacitação continuada. "Este modelo de Dia de Campo, como o realizado pela Copasul e Embrapa, é um exemplo de transferência de tecnologia que pode e deve ser adotado", avaliou Oliveira.

O pesquisador Guilherme Asmus, chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), falou que ainda existe vazio demográfico e vazio tecnológico em Mato Grosso do Sul, mas que devem ser vistos como oportunidade para o desenvolvimento do estado.  "Estamos em um estado que possui cerca de dois milhões de habitantes. Estamos indo bem, mas ainda temos espaço para mais desenvolvimento. E devemos colocar em prática as tecnologias que estão ao dispor para o setor agropecuário e buscar sistemas de produção adequados à realidade regionais", afirmou.

Lavoura, pecuária e floresta

Muitas áreas de pastagens da região de Naviraí estão degradadas e precisam ser recuperadas. O cultivo da soja integrado ao sistema, no mínimo, cobre os custos da recuperação dos pastos. Porém, só é viável cultivar a soja em Sistema Plantio Direto (palha e correção). Mas para o sistema plantio direto ser eficiente, é preciso ter uma boa pastagem, por isso o mais indicado é realizar a integração lavoura-pecuária.

No caso da região de Naviraí, a indicação é o Sistema São Mateus: correção química e física do solo com formação de palhada para o plantio direto da sequência soja/pasto/pasto/soja...

Com a integração lavoura-pecuária (ILP), a temperatura é mais amena devido a palhada que está no solo. Na integração lavoura-pecuária-floresta (ILP), além desse benefício, a árvore contribui para amenizar a temperatura. Esse fator é importante, principalmente nos chamados veranicos, que são os períodos de chuvas irregulares. Quanto menos a temperatura do solo e da planta, menor a evapotranspiração.

Outro benefício da ILP/ILPF é a redução na emissão de gases de efeito estufa. Nesses sistemas, existe o acúmulo de carbono no solo e árvores, reduzindo sua emissão para atmosfera; não há perdas de solo por erosão; diminui-se o tempo de abate dos animais (ou seja, menor emissão de metano para atmosfera); potencializa-e o uso de insumos, como fertilizantes, combustível, sal mineral, pesticidas, entre outros; aumenta-se a produtividade com menor emissão de gases de efeito estufa por quilo de produto.

Realização

A realização do Dia de Campo foi da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Embrapa Gado de Corte e Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense (Copasul - Naviraí, MS). O evento faz parte de uma das atividades do Projeto Integração Lavoura-Pecuária/Rede de Fomento em ILPF.

Sílvia Zoche Borges (MTb-MG 08223 JP)
Embrapa Agropecuária Oeste

Telefone: (67) 3416-9742

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