Tricomas foliares em maçã não alteram a atividade de biocontrole do ácaro predador Galendromus occidentalis
Todos os componentes de um sistema são interligados e a dinâmica como um todo é afetada por alterações em qualquer uma das partes. Por exemplo, nas interações tritróficas, que envolvem planta (produtor primário), filófago (consumidor primário) e predador ou parasitoide (consumidor secundário), fatores da planta podem afetar positiva ou negativamente o desempenho de um predador.
Pesquisadores da Universidade Cornell e da Universidade do Estado de Washington estudaram as características das plantas de macieira que afetam a interação do ácaro predador Galendromus occidentalis com os ácaros fitófagos da família Tetranychidae.
O estudo foi feito em duas cultivares de maçãs, uma que apresenta folhas com pelos e outra que apresenta folhas sem pelos. Além disso, visando identificar a preferência alimentar do predador, foram adicionados tricomas em disco de folhas de feijão. Também foram feitos testes sem chance de escolha para medir a oviposição e o consumo de presas nas duas cultivares.
Em testes em que as fêmeas do ácaro predador foram expostas a folhas com pelos e a folhas sem pelos, elas depositaram ligeiramente mais ovos e consumiram mais presas nas folhas que apresentavam pelos. Já, no teste sem chance de escolha, não houve diferença no desempenho das fêmeas nas duas cultivares. Isso sugere que ao invés de buscar por plantas hospedeira “ideais”, o ácaro predador seja efetivo em localizar as populações de suas presas.
Apesar de não terem sido encontrados relatos de sua presença no Brasil, Galendromus occidentalis é um predador de pelo menos 12 espécies de pragas presentes e de importância econômica no país, tais como: Aonidiella aurantii, Bemisia tabaci, Brevipalpus phoenicis, Bryobia rubrioculus, Ceroplastes floridensis, Panonychus citri, Panonychus ulmi, Phyllocoptruta oleivora, Polyphagotarsonemus latus, Tetranychus cinnabarinus, Tetranychus evansi, Tetranychus urticae [1]. Conhecer os fatores que afetam seu comportamento e eficácia é, portanto, relevante quando se considera o controle biológico como uma ferramenta no manejo dessas pragas no Brasil.
defesa vegetal