Avicultura teve desempenho mais tímido no mercado internacional
O mercado de carne suína e de frango pode ser considerado vitorioso neste ano de dificuldades. O principal insumo do setor, o milho, teve seus preço elevado ao longo do ano e superou os R$ 60,00 em determinados períodos. O cenário de preços do grão, porém, foi arrefecendo nos últimos meses graças às importações, que subiram 600% entre janeiro e outubro de 2016 ante o mesmo período de 2015, especialmente do Paraguai.
A tendência, para alívio de avicultores e suinocultores, é positiva. O valor da saca deve se manter em patamares menores, já que foi autorizada, em outubro, a importação de milho transgênico dos EUA. “Para o consumidor, não conseguimos repassar além de 15%, até porque tendem a ser sempre as proteínas mais baratas. O que se fez foi reduzir margens ao extremo, e mesmo assim o consumo interno caiu”, explica o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.
A salvação de indústrias e produtores esteve no mercado externo, especialmente no setor de suínos, que teve alta de 30% nos negócios internacionais, em volume, e de cerca de 15% em faturamento, em dólar. O frango teve apenas crescimento de 3% no volume. Não fosse por problemas sanitários no mercado asiático, o desempenho dos embarques de proteínas brasileiras teria sido muito diferente. Apenas a China elevou em 62% suas compras devido a ameaça de novos casos de influenza aviária na região asiática, por enquanto registrada apenas em aves silvestres (mas com possibilidades de contaminação em criatórios).
No caso dos suínos, novamente o Brasil foi beneficiado por outra questão sanitária. E a China foi de novo o destaque: alta de 1.940% na aquisição do produto brasileiro entre 2015 e 2016, em volume. Neste caso, explica Turra, foi a peste suína africana clássica que elevou a compra por aqui. “Todo o cenário é positivo para 2017. Ainda haverá demanda de carnes brasileiras por questão sanitárias, o preço do milho está razoável.”
No caso dos suínos, foram conquistados dois novos e importantes mercados: a Coreia do Sul, que já abriu suas portas aos produtores do Brasil, e o México, o terceiro maior consumidor de carne suína do mundo. Segundo Turra, as exportações para o México devem ocorrer já em 2017.
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