PRODUÇÃO ANIMAL NO 3o TRIMESTRE DE 2016
1. Abate de animais
1.1 – Bovinos
No 3o trimestre de 2016, foram abatidas 7,32 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 4,1% e 3,5% menor que a registrada no trimestre imediatamente anterior e no 3o trimestre de 2015, respectivamente. O Gráfico I.1 mostra a evolução do abate trimestral de bovinos, desde o 1o trimestre de 2011.
Como não há variações acentuadas no peso médio das carcaças, sobretudo em nível nacional e entre os mesmos períodos do ano, a série histórica trimestral do peso acumulado de carcaças (Gráfico I.2) tende a seguir o mesmo comportamento da série do abate de bovinos. A produção de 1,83 milhões de toneladas de carcaças bovinas no 3o trimestre de 2016 foi 2,4% menor que a registrada no trimestre imediatamente anterior e 2,8% menor que a registrada no 3o trimestre de 2015.
O peso médio das carcaças foi de 249,6 kg/animal, no 3o trimestre de 2016. No mesmo período do ano anterior foi de 247,7 kg/animal, representando aumento de 1,9 kg/animal (1,0%) de 2015.III para 2016.III. Contribuiu para esse aumento, a maior participação relativa de machos – que são mais pesados que as fêmeas – no abate total de bovinos (Gráfico I.3).
A diferença de 266,27 mil cabeças de bovinos abatidas a menos no 3o trimestre de 2016, em relação ao o mesmo período do ano anterior, foi impulsionada por reduções em 18 das 27 Unidades da Federação (UFs) enquadradas na pesquisa. As maiores reduções ocorreram em: Minas Gerais (-94,45 mil cabeças), São Paulo (-60,80 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (-53,90 mil cabeças), Tocantins (-42,42 mil cabeças) e Goiás (-38,28 mil cabeças). Parte dessas reduções foi contrabalançada por aumentos em nove UFs, com destaque a: Rondônia (+104,02 mil cabeças), Rio Grande do Sul (+10,83 mil cabeças), Acre (+10,59 mil cabeças), Amazonas (+4,61 mil cabeças) e Paraíba (+1,54 mil cabeças). No ranking das UFs, Mato Grosso continua liderando amplamente o abate de bovinos, seguido por seus dois vizinhos da Região Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul e Goiás (Gráfico I.4).
Segundo o indicador Esalq/BM&F Bovespa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea, as médias mensais dos preços da arroba bovina de janeiro a setembro de 2016 mantiveram-se mais altas que nos respectivos meses de 2015 (Gráfico I.5). O aumento médio, entre esses dois períodos, foi da ordem de 6,3%. Em 4 de abril de 2016, foi registrado o maior preço da série histórica: R$ 159,49/@, no intervalo de 23 de julho de 1997 a 30 de setembro de 2016.
De acordo com o IPCA/IBGE (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o indicador oficial da inflação brasileira, dentre os 13 cortes bovinos avaliados, oito tiveram redução de preços e cinco apresentaram aumentos abaixo do Índice geral no acumulado de janeiro a setembro de 2016 (Gráfico I.6).
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, no 3o trimestre de 2016, as exportações brasileiras de carne bovina in natura apresentaram quedas tanto em volume como em faturamento, nos comparativos com o trimestre imediatamente anterior e com o 3o trimestre de 2015. Como o preço médio internacional da commoditie aumentou no primeiro comparativo, houve queda menos acentuada do faturamento. Em contrapartida, na comparação com 3° trimestre de 2015, a variação negativa dos preços internacionais acentuou a queda do faturamento (Tabela I.1).
Os dez principais destinos da carne bovina in natura brasileira, no 3o trimestre de 2016, foram Egito (18,8% do total exportado), Hong Kong (15,6%), Rússia (12,5%), China (9,4%), Chile (8,0%), Irã (7,3%), Venezuela (3,6%), Arábia Saudita (2,9%), Itália (2,5%) e Israel (2,2%), que responderam juntos por 82,8% da carne exportada. Nesse período, o produto foi exportado para 85 destinos distintos.
Participaram da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, no 3o trimestre de 2016, 1.187 informantes de abate de bovinos. Dentre eles, 196 possuíam o Serviço de Inspeção Federal (SIF), 393 o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e 598 o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 78,3%; 16,2% e 5,4% do peso acumulado das carcaças produzidas. Todas as UFs apresentaram abate de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária.
3. Aquisição de Couro
No 3o trimestre de 2016, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro – aqueles que efetuam curtimento de pelo menos 5.000 unidades inteiras de couro cru bovino por ano – declararam ter recebido 8,34 milhões de peças inteiras de couro cru de bovinos. Essa quantidade foi 3,5% menor que a registrada no trimestre imediatamente anterior e 0,2% maior que a registrada no 3o trimestre de 2015. Quanto à origem do couro, a maior parte teve procedência de matadouros e frigoríficos, seguida pela prestação de serviços, que responderam juntas por 89,0% do total captado no período (Tabela I.7).
O aumento da aquisição de 20,07 mil peças inteiras de couro cru, em nível nacional, no comparativo dos 3os trimestres 2016/2015, foi impulsionado por incrementos em 10 das 21 Unidades da Federação que tiveram curtumes enquadrados no universo da pesquisa. Os maiores aumentos ocorreram em Minas Gerais (+132,95 mil peças), Bahia (+78,29 mil peças), Paraná (+77,28 mil peças), Rondônia (+69,45 mil peças) e Amazonas (+53,55 mil peças). Parte desses aumentos foi compensada por reduções em outras UFs, com destaque a: Mato Grosso (-116,44 mil peças), Goiás (-105,19 mil peças), São Paulo (-76,85 mil peças) e Rio Grande do Sul (-53,04 mil peças). No ranking das UFs, Mato Grosso, que é líder absoluto no abate de bovinos, continua liderando amplamente a recepção de peles bovinas pelos curtumes, seguido por Mato Grosso do Sul e São Paulo (Gráfico I.17).
O método mais utilizado para o curtimento das peles bovinas foi ao cromo (97,1% do total nacional de peles curtidas), seguido pelo ao tanino (2,7%) e por outros métodos de curtimento (0,2%). O cromo foi utilizado em 20 das 21 UFs da Pesquisa. Apenas Santa Catarina não utilizou o cromo no curtimento. O tanino foi utilizado em oito UFs: Santa Catarina (com 27,0% do total nacional curtido ao tanino), Paraná (20,9%), São Paulo (20,5%), Rio Grande do Sul (14,8%), Minas Gerais (9,9%), Mato Grosso do Sul (5,9%), Pernambuco (0,7%) e Rondônia (0,2%). Outros métodos de curtimento foram registrados em Goiás (com 77,1% do total curtido por outros métodos) e Minas Gerais (22,9%).
A diferença entre o total de peças inteiras de couro cru de bovinos captadas pelos curtumes (Pesquisa Trimestral do Couro) e a quantidade de bovinos abatidos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária (Pesquisa Trimestral do Abate de Animais) pode ser entendida como uma proxy do abate não-fiscalizado. Contrastando as séries históricas dessas duas variáveis (Gráfico I.18), pode-se inferir que o abate não-fiscalizado tendeu a decrescer até o 4o trimestre de 2015, quando atingiu ao seu menor patamar (3,0%, tendo-se o couro como referência). A partir de então, apresentou tendência de crescimento alcançando 12,2% no 3o trimestre de 2016.
Participaram da Pesquisa Trimestral do Couro, no 3o trimestre de 2016, 108 curtumes. Amapá, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e Distrito Federal são as únicas Unidades da Federação que não possuem curtumes elegíveis ao universo da pesquisa. O Estado do Amazonas passou integrar a pesquisa a partir do 2o trimestre de 2016.
II – TABELAS DE RESULTADOS – BRASIL
II.1 – Síntese dos Indicadores da Pecuária
II.4 – Aquisição de Couro Cru Bovino – Brasil – 2016
III – TABELAS DE RESULTADOS – UNIDADES DA FEDERAÇÃO – 3os TRIMESTRES DE 2015 E 2016
III.1 – Abate de Animais – Unidades da Federação – 3os trimestres de 2015 e 2016
III.3 – Aquisição de Couro Cru Bovino – Unidades da Federação – 3os trimestres de 2015 e 2016
Fonte: IBGE, adaptada pela Equipe BeefPoint.