Campo Grande (MS) – Encontros realizados pela coordenação do Programa Estadual de Sanidade Apícola da Iagro reuniram, durante a semana, apicultores, pesquisadores e técnicos do estado, destacando a importância da notificação de suspeitas da presença do “pequeno besouro das colmeias”.
Hoje, apicultores, técnicos da Famasul, profissionais liberais, professores e pesquisadores participaram, no auditório da Iagro Central em Campo Grande, de um encontro com técnicos da Defesa Sanitária Animal, da Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar – SEPAF, Agraer, Federação de Apicultura de MS para discutirem medidas de prevenção ao “pequeno besouro das colmeias” – Aethina tumida.
Na ocasião, a equipe falou sobre as características da praga, que já foi identificada no estado de São Paulo e traz vários prejuízos aos criatórios, tais como: redução na produção, enfraquecimento da colmeia e até a sua perda total.
Para a médica veterinária Noirce Lopes, coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Apícola no estado, os técnicos estão preparados para atendimento às notificações de suspeita da ocorrência do besouro em criatórios.
Foi feito um planejamento para visitação aos criadores de abelhas da divisa com o estado de São Paulo, que terá início na próxima semana, onde serão inspecionados criatórios apícolas, esclarecidas as dúvidas sobre a praga e divulgadas medidas de prevenção – ressaltou a coordenadora, ainda duas reuniões técnicas aconteceram essa semana, sendo uma em Três Lagoas e outra em Brasilândia com a participação de 30 apicultores e técnicos.
Outras ações concomitantes ao trabalho da fiscalização em loco é o trabalho da Educação Sanitária, realizada pelos técnicos do serviço oficial de Defesa Agropecuária, permitindo que os produtores se conscientizem das práticas adequadas para evitar a praga e identificá-la, caso ela apareça – finalizou Noirce Lopes.
Situação Econômica
Em Mato Grosso do Sul existem cerca de 700 apicultores e aproximadamente 21 mil colmeias. Entre esses profissionais, mais de 500 estão cadastrados na Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). No entanto, MS tem mercado aberto para que negócio seja expandido.
Inclusive porque, no futuro, apicultores de outras regiões onde estão ocorrendo problemas com o envenenamento de abelhas, por exemplo, podem optar por investir em Mato Grosso do Sul, principalmente devido ao advento da IG (Identificação Geográfica) do Mel do Pantanal ou pela presença de grandes áreas com eucaliptos ou nabo forrageiro.
Com flora diversificada e áreas com grau de preservação elevado, ainda que careça de uma infraestrutura e melhor logística para o transporte e acesso às propriedades, MS é um Estado muito promissor para a técnica.
Polinização – Para Gustavo Nadeu Bijos, do Senar/MS, é preciso destacar a importância das abelhas não apenas para esta prática profissional, mas também no processo de polinização. Elas são auxiliares na produção de frutas e grãos, como, por exemplo, de melão no Nordeste, alfafa no interior de São Paulo (utilizada para alimentação de bovinos), e maçã no Sul.
Segundo ele, a polinização também contribui com aumento de 5% a 25% na produtividade da soja, e de 5% a 15% na produção de citrus. Até o café obteve um aumento de produtividade, com 39% graças à polinização das abelhas.
Marina (Iagro)