A inflação de 2015, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alcançou 10,67%. Este índice foi sentido nos preços da maioria dos produtos que compõem os grupos de cálculo do IPCA e a variação ocorrida durante o ano de 2015 foi alvo de diversas reportagens, relatórios do Banco Central Brasileiro e textos econômicos ao longo do próprio ano.
O levantamento realizado pelo IEA indica que todos os grupos de produtos apresentaram variação positiva, totalizando um índice mensal de 3,85% de variação em relação ao último período (dezembro de 2015). “A variação do grupo Hortaliças, com 13,72%, impulsionada pela variação de batata (13,86%), cenoura (28,46%) e tomate (24,75%); pode ser creditada às chuvas dos últimos meses. No grupo Produtos Básicos estão presentes produtos de grande peso na cesta de mercado da população, como feijão, arroz e pão francês, que apresentaram variação positiva de 6,88%, 3,47% e 4,30%, respectivamente. As chuvas no Sul do país vêm prejudicando as produções de arroz e feijão e o dólar continua pressionando o preço do trigo”, esclarecem os pesquisadores Vagner Azarias Martins, Luís Henrique Perez e José Alberto Angelo.
Considerando os resultados por produto e não por grupos, verifica-se que, dos 88 itens pesquisados, apenas nove tiveram variação negativa de preços: costela suína (-1,85%), carne moída de 2ª (-4,35%), salame (-0,53%), queijo minas (-5,39%), limão (-8,46%), maçã nacional (-3,63%), uva fina (-1,82%), azeitona verde (-0,27%) e palmito em conserva (-0,82). Além da baixa quantidade de itens com variação negativa, constata-se que, excetuando o limão, os demais produtos não são de grande peso na cesta de mercado das famílias paulistanas.
“Ao comparar a variação de janeiro de 2016 com seu mês anterior e com a variação de um ano atrás (jan./2016-jan./2015), observa-se o quanto são preocupantes os resultados obtidos no primeiro mês de 2016. Enquanto a variação do total da cesta de mercado de um ano atrás foi de 12,1%, a variação observada apenas em janeiro/2016 foi de 3,85%. O grupo Leite e Derivados variou durante o ano 3,49%, enquanto no último mês, a variação foi de 2,06%. Tais resultados chamam a atenção, pois o grupo Alimentação e Bebidas é o de maior peso no cálculo do IPCA com 23%”, ressaltam os pesquisadores.
É importante destacar que o levantamento realizado pelo IEA é independente e não compõe o IPCA. Os valores apresentados nesse artigo referem-se ao município de São Paulo que, embora tenha grande peso no cálculo do índice de inflação, é apenas uma das 11 regiões de coleta de dados utilizada pelo IBGE. Portanto, o resultado do IPCA pode sofrer pressão maior ou menor do grupo Alimentação e Bebidas em virtude do comportamento deste grupo nas demais praças de coleta de dados.
Os levantamentos de preços realizados pelo IEA abrangem os três níveis de comercialização (produtor, atacado e varejo) e se constituem em importantes instrumentos para compreender o cenário atual da economia nas grandes metrópoles. “A análise da evolução dos preços ao consumidor produzida pelo Instituto, embora não possa ser comparada com levantamentos realizados por outras instituições de pesquisa, porque seguem metodologias diferentes, é complementar a estas e permite que a Secretaria de Agricultura esteja cada vez mais próxima do seu público. Orientados pelo governador Geraldo Alckmin, oferecemos ao setor produtivo informações estratégicas para otimizar sua atuação”, destacou Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
(Redação – Agência IN)