A previsão era de que o Rio Grande do Sul produzisse dois milhões de toneladas de trigo nesta safra, mas pelo segundo ano consecutivo, os produtores acumularam perdas. Cerca de 90% das lavouras já foram colhidas.
Com a colheita chegando ao fim, as previsões de quebra na safra se confirmam. É que a geada e o grande volume de chuva nesse inverno prejudicaram o desenvolvimento do grão. Por isso, a quantidade e a qualidade exigidas no mercado não foram atingidas.
“Provavelmente ele vai ter uma queda de peso, consequentemente a qualidade industrial para a panificação, que é o que dá o preço do trigo, vai ser bem prejudicada”, explica Adriano Nunes de Almeida, engenheiro agrônomo.
Teve muito agricultor, como Ângelo Becari, que não conseguiu vender a produção. O pouco que colheu, estocou em casa. O cereal, que deveria trazer lucro, virou um farelo que, depois de misturado com milho e aveia, serve de alimento para o gado. “É a única alternativa agora. Porque os cerealistas não receberam, porque não deu PH suficiente. Eles disseram que nem para a ração, mas para minha ração tendo volume já satisfaz”.
De acordo com a Emater, um levantamento parcial indica que metade da safra de trigo está comprometida.
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