Campo Grande (MS) – Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho apontam a perda de 14.611 vagas formais de trabalho em Mato Grosso do Sul. Os números, que já eram esperados em função do atual momento econômico brasileiro, estão no alvo de um plano de ações desenvolvido pelo Governo do Estado que prevê a retomada do crescimento do mercado de trabalho.
Dois setores foram os mais afetados pelas demissões: indústria (-9.818 postos de trabalho) e serviços e comércio (-6.110). Alguns, porém, verificaram crescimento: agropecuária (1.317 vagas), serviços médicos, odontológicos e veterinários (917), alojamento e alimentação (96).
O impacto foi observado nos municípios com mais plantas industriais: Campo Grande, Três Lagoas, Naviraí e Dourados reduziram 12.946 postos de trabalho. Já as cidades que mais criaram vagas (Santa Rita do Pardo, Sonora, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia) somaram 1.306 novas oportunidades na agropecuária.
Mesmo a indústria contou com a criação de postos formais nos setores de papel e celulose (252), borracha, fumo e couros (208) e de material elétrico e comunicações (43). Serviços industriais e de utilidade pública geraram 153 empregos. Já o comércio atacadista criou 253 postos de trabalho.
Os dados sobre emprego em Mato Grosso do Sul foram examinados pela Superintendência de Desenvolvimento Econômico e estão disponíveis na Carta de Conjuntura do Mercado de Trabalho, disponível para consulta no site da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico.
Projeto de desenvolvimento – Recentemente o Governo do Estado se reuniu com o setor produtivo para desenvolver um programa de ações integradas com foco na geração de emprego. O projeto, que deve ser lançado em cerca de 30 dias, contou com a participação da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Fiems (Federação das Indústrias), Faems (Federação das Associações Empresariais), Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária) e da FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas)
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“Queremos impulsionar a geração de emprego em todos os setores, estimulando indústrias que já possuem planos de abertura ou projetos de ampliação a acelerarem o processo. O Governo do Estado também apoiará a instalação de novos projetos agropecuários, investindo na logística e ampliando os incentivos”, explica o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck.
Segundo o secretário, o Estado também intensificará a atuação do Programa Estadual de Apoio aos Pequenos Negócios. “O Propeq é uma união de esforços entre o poder público e o setor produtivo num programa inédito que visa à criação de um ambiente favorável ao crescimento dos pequenos negócios em todas as macrorregiões, promovendo o desenvolvimento e gerando empregos urbanos e rurais”.
Ainda de acordo com o titular da Semade, o governo federal também pode estimular a geração de emprego, principalmente na construção civil, um dos mais afetados pelo desemprego em 2015 em Mato Grosso do Sul. “É necessário que a União retome investimentos no Minha Casa Minha Vida, revertendo a queda no número de vagas e estimulando novamente o setor”.
Desemprego no país – O Brasil registrou a perda de 1.542.371 postos de trabalho formal em 2015, representando – 3,74% em relação ao ano anterior. Os dados mostram que todas as grandes regiões do país reduziram o nível de emprego formal: Sudeste (-891.429 postos ou -4,09%), Nordeste (-254.402 postos ou 3,74%), Sul (-229.320 postos ou -3,08%), Norte (-100.212 postos ou -5,15%) e Centro-Oeste (-67.008 postos ou -2,08%).
Da mesma forma, 22 das 27 unidades da Federação apresentaram queda no contingente de vagas em 2015. As maiores retrações foram registradas em São Paulo (-466.686 postos ou -3,65%), Minas Gerais (-196.086 postos ou -4,58%), Rio de Janeiro (-183.686 postos ou -4,69%), Rio Grande do Sul (-95.173 postos ou -3,55%) e Pernambuco (-89.561 postos ou -6,43%), Paraná (-75.548) e Bahia (-75.286).
Dos 22 estados brasileiros que perderam vagas de emprego em 2015, Mato Grosso do Sul ocupou a 16ª posição. Das unidades federativas da Região Centro-Oeste, ficou a frente de Mato Grosso, onde foram fechados 14.570 postos de trabalho e cuja base econômica é similar, e do Distrito Federal com um mercado mais diverso, onde o setor de serviços e o funcionalismo público tem mais peso na balança.