Promover a inclusão social dos indígenas garantindo acesso a produção e renda nas aldeias, um antigo sonho destas comunidades. Este é um dos objetivos do Governo do Estado, que está fazendo por meio da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), vinculada a Semagro (Secretaria de Estado da Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar), a entrega de calcário nas aldeias para melhorar a produção local, fazendo a correção do solo para o cultivo de feijão, milho e mandioca, entre outros. Estão sendo investidos R$ 5,3 milhões nesta ação, que vai beneficiar 76 aldeias de 26 municípios com a entrega de aproximadamente 15 mil toneladas do produto.
A primeira remessa foi entregue nesta segunda-feira (02), na aldeia Bororó, em Dourados. Foram 250 toneladas distribuídas em três carretas bitrens. Ao todo serão mil toneladas de calcário para Bororó e mais 1.250 toneladas para aldeia Jaguapiru, ambas em Dourados. “Muita satisfação em participar desta primeira entrega aqui na aldeia Bororó”, comentou o diretor-presidente da Agraer, André Nogueira Borges.
Ele ressaltou que é a primeira vez que as comunidades indígenas do Estado recebem calcário em grandes quantidades. A ação faz parte do programa Proacin (Programa de Apoio às Comunidades Indígenas de MS). “É mais uma iniciativa dentro do conjunto de ações realizadas pelo Governo para melhorar a qualidade de vida da população indígena do Estado. Este calcário vai melhorar a produção e a agricultura dentro das aldeias, corrigindo o solo”, salientou.
De acordo com o secretário de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, um dos grandes focos da agricultura do estado de Mato Grosso do Sul é inclusão produtiva que está sendo desenvolvida pelo Proacin. “Hoje, as aldeias já têm uma série de produção e nós temos de novo uma avaliação muito clara. Os equipamentos que são o primeiro pilar que é a reforma de todo maquinário das aldeias indígenas. Nós estamos fazendo isso através das prefeituras. O segundo pilar é que tendo essas máquinas, o Governo dá um apoio com óleo diesel. Nós estamos repassando o óleo diesel através das prefeituras também a todas as aldeias indígenas. O terceiro é a assistência técnica. Então os técnicos da Agraer estão acompanhando a recepção desse calcário e vão orientar a distribuição de acordo com as necessidades de solo. Então assistência técnica permanente. E o quarto ponto são as sementes que nós estamos em processo licitatório. Acabamos de fazer uma aquisição agora de mais de sementes que nós vamos começar a distribuir.
O próximo passo no Procin, segundo o secretário é melhorar a questão da comercialização. “Vamos inserir também a venda dos produtos indígenas dentro dos programas de venda do PAA e também do PNAE. Então o Governo está incluindo também esses indígenas e as próprias centrais de comercialização que nós estamos na décima quinta onde os produtos indígenas são colocados. Então é dessa forma de uma que a gente avalia a inclusão produtiva das aldeias indígenas do Mato Grosso do Sul”, enfatizou.
O cacique da aldeia Bororó, Reinaldo Arevalo, ressaltou que o calcário vai fortalecer a terra e melhorar a produção local. “Vai tornar a terra mais forte e assim ajudar na nossa agricultura que é de subsistência. Estamos ansiosos para iniciar esta plantação. Graças a Deus esta ajuda chegou”.
Já Ramon Fernandes, cacique da aldeia Jaguapiru, citou que as plantações de milho e mandioca ficarão mais fortes. “Agradecido e feliz por esta parceria com o Governo do Estado. Aqui o calcário fará a diferença”.
Priscila Maciel Duarte, que faz parte do grupo de mulheres indígenas de plantação coletiva, afirmou que esta nova ajuda traz esperança para as aldeias, para que possam produzir melhor e ter alimentos de qualidade. “Este calcário vai melhorar a terra e assim nós vamos garantir o nosso sustento. Aqui mulher pega na enxada e ajuda na plantação”.
Apoio
Além da entrega de calcário, o Governo do Estado tem uma série de ações e investimentos voltados aos povos indígenas de Mato Grosso do Sul. São atividades em diversos segmentos diferentes como educação, assistência social, segurança pública, habitação, esporte e lazer, em outras áreas de atuação.
Para contribuir com a agricultura familiar nas aldeias, o governo desenvolve o programa Proacin (Programa de Apoio às Comunidades Indígenas de MS), em execução desde 2015. Por meio dele são repassadas sementes de milho e feijão para as comunidades, assim como assistência técnica, conserto de tratores e compra de óleo diesel para as máquinas agrícolas.
Outra ação importante é no programa alimentar aos indígenas, com a distribuição mensal de 19.899 cestas básicas, que dispõe cada uma de 25 quilos, contendo por exemplo arroz, feijão, carne e mais 18 itens. Elas são repassadas para 83 aldeias em 27 municípios do Estado. Mais de 90% dos índios são atendidos.
Leonardo Rocha, Subcom
Fotos: Edemir Rodrigues