Campo Grande (MS) – O superintendente de Desenvolvimento Rural da Secretaria de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Edwin Baur, e o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Enelvo Felini, receberam ontem (25) um grupo de indígenas da etnia Terena, da Embrapa Pantanal, Secaf, Instituto Terena de Educação Intercultural, Embrapa Agropecuária Oeste, UEMS, Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, DFDA-MS/MDA, Prefeitura de Miranda e Funai/Projeto Gati para firmar parceria que garantirá a realização do Primeiro Agroecoindígena a ser realizado no Estado.
O evento, que busca o fortalecimento da agroecologia em terras indígenas na Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, integrando as comunidades indígenas, tem como alguns dos seus principais objetivos a valorização da etnia indígena, a divulgação e manutenção de tradições e costumes, e ainda a difusão de ações para a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais.
Previsto para ser realizado nos dias 4 e 5 de junho, no município de Miranda, distante 201 quilômetros da capital, Campo Grande, o ‘Agroecoindígena 2016’ deve favorecer o intercâmbio de informações entre as comunidades e a sociedade em geral, além de contribuir para a consolidação de sistemas de produção com medidas direcionadas à recuperação ambiental e à sustentabilidade em Mato Grosso do Sul.
Segundo o biólogo Terena da terra indígena Cachoeirinha, Leosmar Antônio, que representa a Organização Caianás, durante os dias 4 e 5 de junho, os organizadores pretendem realizar a primeira edição de três encontros: O ‘encontro de agricultores e Agricultoras Indígenas’, ‘Encontro dos Xamãs Indígenas’, ‘Encontro de Concepção do Curso superior de Agroecologia Indígena’, e ainda a primeira edição da ‘Feira de Etnovariedades’ e o primeiro ‘Seminário de Sistemas Agroflorestais Indígenas’.
Ao lembrar que Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população indígena do Brasil, com mais de 57 mil índios distribuídos em 34 comunidades concentradas especialmente nas regiões oeste e sul do Estado, Leosmar acredita que mais de 1.000 pessoas passem pelo evento nos dois dias.
O biólogo explica que, com a realização de atividades de integração será possível identificar as principais dificuldades para o desenvolvimento sustentável dos sistemas de produção nas diferentes comunidades e priorizar demandas tecnológicas para subsídio da construção da programação de pesquisa e transferência de tecnologias. “Para isso temos como uma de nossas principais parceiras, as Embrapas Agropecuária Oeste e Pantanal”.
Além dos representantes das comunidades indígenas do Estado, deverão participar do evento, técnicos que atuam nas comunidades, pesquisadores, professores, estudantes e, segundo Auro Akio Otsubo, da Embrapa Agropecuária Oeste, toda e qualquer pessoa que tiver interesse na programação que será oferecida.
Um giro tecnológico será proporcionado aos participantes para que possam conhecer o trabalho que já é desenvolvido naquela comunidade. A troca de experiências acontecerá através de relatos feitos por representantes de cada comunidade presente.
Para Aiesca Pellegrin, da Embrapa Pantanal, a realização de um evento com uma programação tão rica deve trazer resultados significativos para todos os participantes, inclusive instituições parceiras e organizadoras.
A prefeita de Miranda, Juliana Pereira Almeida, destacada por Leosmar por sua atuação junto a comunidade indígena, garantiu itens de estrutura e logística, além do apoio da equipe da Prefeitura para a realização do evento.
Ao afirmar a disposição do Estado na organização do Agroecoindígena, e já auxiliando na distribuição de algumas das tarefas a serem executadas até a próxima reunião, o diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini, reiterou a participação dos técnicos da Agência nas atividades propostas e a importância da interação entre as entidades para o aproveitamento das informações que ali serão captadas. “Teremos a oportunidade de fazer um raio-x do que hoje são as principais demandas e debater diretamente com os representantes das comunidades as ações possíveis de serem executadas, posteriormente”.
Os Terenas puderam ouvir do Superintendente de Desenvolvimento Rural da Sepaf, Edwin Baur, a garantia da parceria por parte do Estado através da Sepaf e Agraer e as recomendações para que todo esforço necessário seja empenhado para a realização do evento, através de recomendações feitas pelo secretário Fernando Mendes Lamas.
Além de Leosmar, Edwin, Enelvo, Aiesca, Auro, e da prefeita Juliana participaram da reunião Paulo Baltazar, do Instituto Terena de Educação Intercultural, o Terena Alipio Vieira Leite e João Leôncio, Zanane Rodrigues e Evelyne Xavier, da Organização Caianas, Anderson Souza Almeida e Marcos Antonio Mariani, da Secaf, Walmor Saldanha da Embrapa Agropecuária Oeste, Suliane Barros, do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, Marco Antônio e Vanessa Silva, da DFDA-MS/MDA, Denise de Miranda e Tércio da Agraer, Marcio Akira Ito, da Embrapa/CPAO, Rogério da Silva, da UEMS e Francimar Peres, da Sepaf.
Serviço:
Agroecoindígena 2016
• 1º Encontro de agricultores e Agricultoras Indígenas
• 1º Encontro dos Xamãs Indígenas
• 1º Encontro de Concepção do Curso superior de Agroecologia Indígena
• 1ª Feira de Etnovariedades
• 1º Seminário de Sistemas Agroflorestais Indígenas
Data: 04 e 05 de junho de 2016
Local: Parque de Exposições do município de Miranda/MS
(R. Marechal Deodoro da Fonseca, 22 – Centro)
Texto e fotos Kelly Ventorim, Assessora de imprensa da Sepaf.