O Governo do Estado vai acionar o Ministério das Relações Exteriores e manter todas as atividades que lhe competem dentro do escopo de ações referentes às autoridades brasileiras no processo de viabilização da obra da ponte sobre o Rio Paraguai, obra considerada essencial na concretização da Rota Bioceânica e que vai ligar o municípios de Porto Murtinho e Carmelo Peralta.
A afirmação foi feita nesta quarta-feira (14) pelo secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), após o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, anunciar o adiamento da licitação para a construção da ponte. Segundo as informações da agência oficial de notícias do governo paraguaio, cerca de 30 milhões de dólares que seriam usados no projeto serão redirecionados para a área de saúde e serão usados nas medidas de combate à pandemia do novo coronavírus naquele país.
“Houve uma discussão no congresso paraguaio sobre a escassez de recursos nos fundos sociais para o combate da pandemia, mas não fomos informados antecipadamente sobre a suspensão do processo licitatório da ponte. Ocorre que o recurso da Itaipu teve destinação específica para essa obra. Nós entendemos que essa é uma decisão que não poderia ter sido tomada de forma unilateral, pois existe um acordo internacional para a construção da ponte”, afirma o titular da Semagro.
Jaime Verruck lembra que, “o governo federal bancou, com recursos próprios, a construção da ponte em General Franco e a obra continua, em plena atividade. Da mesma forma, a ponte em Porto Murtinho é de responsabilidade do Paraguai e essa suspensão no processo licitatório nos preocupa, pois significa um atraso no cronograma e, consequentemente, nas obras. É importante ressaltar que a licitação não foi cancelada. A ponte será construída, mas haverá um atraso, mas com impacto em outros empreendimentos e contratos já existentes”.
No início da tarde desta quarta-feira, o governador Reinaldo Azambuja e o secretário Jaime Verruck já acionaram o Ministério das Relações Exteriores para que seja convocada uma reunião extraordinária da Comissão Mista Paraguai-Brasil, na qual a Semagro representa o governo de Mato Grosso do Sul.
“Já nos posicionamos ao Ministério para que seja feito ao governo paraguaio um pedido de reversão da decisão. Não sendo possível, que se mantenha o processo licitatório, alterando somente o cronograma de prazos, a fim de dar maior segurança aos contratos já firmados. No início desta semana, nós discutíamos com o Dnit a obra do acesso da BR 267 até a ponte e esse trabalho será mantido. Também temos investimentos da iniciativa privada ocorrendo na região e isso gerou preocupação. Haveria sim, um atraso, mas seguimos com o nosso cronograma. A discussão agora será onde buscar os US$ 30 milhões que foram alocados nos fundos sociais e ambientais do Paraguai. Mas a ponte irá sair”, finalizou Jaime Verruck.