Com investimentos de R$ 466,8 milhões e previsão de gerar 700 empregos quando estiver no pico da construção, o projeto da Ponte Bioceânica que vai ligar os municípios de Porto Murtinho em Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta no Paraguai, já está consolidado como o portal de entrada da Rota, que é uma obra emblemática para o Governo do Estado. “A Ponte é um marco de conexão final da Rota Bioceânica”, avaliou o governador do Estado, Reinaldo Azambuja durante a manhã desta quinta-feira (28) em reunião de trabalho de apresentação do cronograma da Ponte.
O evento que aconteceu no auditório da Secretaria de Estado da Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura Familiar (Semagro) contou com a participação dos representantes do Consórcio Binacional Pybra que vai construir a ponte, do governador do Estado Reinaldo Azambuja, o secretário de Produção, Jaime Verruck, o secretário de Infraestrutura Renato Marcílio da Silva, o superintendente do Dnit, Euro Nunes Varanis Júnior, o delegado da Receita Federal Clóvis Ribeiro Cintra, o prefeito de Porto Murtinho Nelson Cintra e outras autoridades.
Os canteiros da obra estão em fase de implantação e serão instaladas usinas de concreto em ambos os lados da fronteira. Com extensão de 1.300 metros, a última etapa do projeto será a instalação do vão central, entre fevereiro e outubro de 2023. A implantação das 64 estacas e 176 vigas de concreto de 30m terá início em junho deste ano.
O secretário de Produção destacou a importância deste momento. “Temos um olhar estratégico para este projeto. Dentro da nossa carteira esta obra é a prioridade. Por isso vão encontrar no Estado um ambiente amigável para buscar soluções dentro dos prazos para avançar na construção da ponte”, salientou. Ele destacou que a Rota Bioceânica caminha para sua finalização como elo de integração entre os países do Mercosul. “Nós vamos continuar com as obras e de acordo com as informações repassadas hoje, a previsão é que a ponte esteja pronta em novembro de 2024. Já foi instalado o canteiro de obra e a empresa terá somente trabalhando na gestão da ponte 90 pessoas. Hoje nós fechamos com o grupo a instalação de uma usina de concreto no lado brasileiro. Também terá uma indústria do lado paraguaio para fornecer o concreto. Com isso a estimativa é que no pico da obra possam ser gerados 700 empregos na cidade”, acrescentou.
Diante do cenário de aumento na população, Verruck salientou que o Governo e a empresa estão debatendo quais as demandas para que o projeto avance neste momento. “Existe uma discussão das demandas, como na área de infraestrutura, de saúde, porque haverá um aumento no fluxo de trabalhadores. Diante disso o município está se estruturando através da Secretaria da Saúde para atender essas pessoas que estão no município. Já houve um reforço de investimento no hospital, um reforço de investimento na área de ambulância para poder fazer transferência de pessoas, caso precise de algum atendimento de médico ou alta complexidade”, destacou.
Outro ponto levantado no encontro foi o fornecimento de materiais para a implantação da ponte. “Eles vão precisar de cascalho, de cimento e vão construir usina. Então nós estamos discutindo como isso vai ser, se eles vão comprar os produtos no Brasil e levar o local. Então nós temos todo o trabalho a ser feito. Nós fizemos a proposta hoje no grupo de trabalho de criar uma instrução normativa específica para uma área alfandegada. Então ela é virtual para que a gente consiga fazer o fluxo de entrada e saída de produtos no Brasil do Brasil e do Paraguai”, adiantou.
Acesso
O acesso até a obra também foi discutido. “O consórcio já fez um acesso precário até o local, e agora o governador já autorizou que se faça a melhoria desse acesso para que o grupo possa fazer a implantação do canteiro de obra na beira do rio Paraguai”, enfatizou lembrando que o governador já autorizou a Secretaria de Infraestrutura (SEINFRA) a atuar neste quesito.
No encontro o superintendente do DNIT apresentou ainda o cronograma das obras do acesso até a ponte. “Ficou definido na apresentação do DNIT que em agosto será licitado o acesso da ponte pelo governo brasileiro com recursos do Governo Federal. O cronograma então será conjunto, ou seja, quando se terminar a ponte em 2024 será finalizado o acesso. Então não há nenhuma dúvida quanto aos cronogramas compartilhados. Não vai se terminar a ponte sem o acesso. Então essa é uma questão fundamental”, concluiu.
A situação da BR-267 também foi debatida e o DNIT salientou que o Governo federal está fazendo licitações para a revitalização de alguns pontos. “A BR-267 de Nova Alvorada, Bataguassu ela é incorporada e mais um pedaço da Rota Bioceânica. Então todo esse conjunto: o licenciamento ambiental do acesso da ponte, licenciamentos fora da ponte estão delegados ao IMASUL”, esclareceu o secretário.
Verruck ainda enalteceu o protagonismo do Governo estadual neste projeto. “Temos a responsabilidade de fazer essa gestão do lado brasileiro. Nós participamos da comissão mista de todos esses trabalhos, para que se desenvolva dentro do cronograma previsto. Tudo isso visando beneficiar a população de Porto Murtinho com oportunidades de trabalho que estão surgindo. Nosso papel é dar apoio a novas atividades que estão sendo desenvolvidas no município para que Mato Groso do Sul, dentro do cronograma, tenha uma rota consolidada”, concluiu.
Rosana Siqueira, da Semagro
Fotos – Kelly Ventorim