Campo Grande (MS) – O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Elias Verruck, apresentou na manhã desta segunda-feira (5), as potencialidades de Mato Grosso do Sul para o setor agroflorestal do país em evento internacional realizado na cidade do Rio de Janeiro. Jaime Verruck representou o governador Reinaldo Azambuja na segunda edição da Conferência Internacional sobre Investimentos Agroflorestais. Cerca de 100 investidores estrangeiros e especialistas brasileiros participam do evento que acontece no Sheraton Rio Leblon.
Em sua apresentação, Jaime Verruck falou sobre o surgimento e o crescimento da silvicultura em Mato Grosso do Sul e das condições favoráveis para o desenvolvimento de um “Cluster Florestal” (aglomerado econômico de altíssimo nível) no Estado. “Em 2004 nós tínhamos menos de 100 mil hectares de eucalipto. A projeção para dezembro deste ano é atingirmos 900 mil hectares”, disse o secretário. Atualmente o parque industrial de base florestal de Mato Grosso do Sul é formado por 70 empresas que consomem mais de 12 milhões de metros cúbicos de madeira por ano.
Nos últimos 10 anos foram investidos mais de R$ 15 bilhões, por meio de empresas como a International Paper, Fibria e Eldorado Brasil. “Estamos trabalhando na captação de mais investidores, nacionais e estrangeiros e também na diversificação da cadeia produtiva. Para os próximos anos já estão previstos cerca de R$ 20 bilhões, para a instalação e expansão de unidades industriais e também no plantio de florestas em Mato Grosso do Sul. Uma das novidades que estamos trazendo é a geração de energia com termelétricas de biomassa. Nesse segmento já conseguimos R$ 6 bilhões em investimentos”, afirmou Verruck em sua apresentação.
O titular da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade) reforçou que esses investimentos e projeções contribuem significativamente para amenizar os efeitos da crise política e econômica pela qual atravessa o país. Atualmente, Três Lagoas, conhecida como capital mundial da celulose, vive algo inusitado: a expansão simultânea das duas fábricas de celulose do município. Além disso, na vizinha Água Clara, a construção de uma fábrica de MDF está a todo vapor. “Também publicamos, no dia 1° deste mês, o termo de referência e estudo ambiental preliminar para instalação de termelétricas acima de 10 megawatts que utilizem como combustível derivados de madeira, biomassa, gás natural e metano”, ressaltou o secretário.
A publicação desse termo de referência tem por objetivo viabilizar a instalação desse tipo de empreendimento em Mato Grosso do Sul, aproveitando a oportunidade que será oferecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Em janeiro, a Aneel fará um leilão de energia gerada a partir de biomassa e já temos pelo menos seis empresas interessadas em explorar esse tipo de atividade em nosso Estado. Um dos pré-requisitos para a participação no certame da agência é apresentar a Licença Prévia (LP) de instalação e as empresas que nós já captamos necessitam desse documento. Como se trata de uma nova categoria de empreendimento em Mato Grosso do Sul, nós, no Imasul, trabalhamos para disponibilizar ao público interessado um termo de referência padrão para agilizar o processo de obtenção da LP e também para atrair mais investidores”, informou Jaime.
Segundo ele, uma das empresas vai instalar uma UTE em Costa Rica com a produção de energia a partir de biomassa de pinus. “É uma empresa portuguesa que deverá alcançar 25 mil hectares com um investimento total de R$ 1,2 bilhão”, concluiu.
Amanhã, terça-feira (6), o secretário Jaime Verruck participa da abertura do 48º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, em São Paulo (SP). Técnicos do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) também participam do evento.
Com informações e fotos do Painel Florestal