Campo Grande (MS) – Desenvolvido há mais de duas décadas com o intuito de incentivar a produção de bovinos em Mato Grosso do Sul, o programa Novilho Precoce ganha nova denominação – Precoce MS – e vem passando por reformulações desde julho último, respeitando um cronograma que tem a previsão de estar finalizado até 1º de fevereiro do próximo ano, quando será relançado pelo Governo do Estado.
Aumentar o desfrute do rebanho de corte, estimular o mercado de qualidade e incentivar a eficiência e a eficácia do produtor rural, premiando com incentivo financeiro a qualidade do produto obtido e o nível do processo produtivo continuam sendo o mote do programa do qual podem participar produtores rurais de Mato Grosso do Sul que atendam aos critérios exigidos.
O governo abriu as inscrições para o processo de credenciamento dos produtores, técnicos e empresas independentes que farão a classificação e tipificação dos animais nos frigoríficos, anunciou o titular da Sepaf. Todo o processo é feito via internet, por meio do sitehttp://www.precoce.sepaf.ms.gov.br
Novo formato
Criado há 24 anos, o Precoce MS foi completamente remodelado para atender as crescentes exigências do mercado consumidor.“Estamos criando um novo programa, mantendo sua base estrutural, para elevarmos a pecuária a um patamar que atenda a dinâmica dos mercados cada vez mais agressivos, oferecendo uma carne de qualidade”, destacou o governador Reinaldo Azambuja.
Com a mudança, o programa terá ampliados os critérios de análise produção, os quais vão abranger não só os atributos do animal, mas também as condições das propriedades criadoras. Atualmente, 100% da avaliação dos animais classificados como ‘novilho precoce’ é feita no frigorífico. A partir de reformulação, a tipificação da carcaça passa a ter peso de 70% e os 30% restantes serão decorrentes das condições do estabelecimento.
Gestão sanitária
Com regras mais ajustadas, segundo o secretário estadual de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Fernando Mendes Lamas, o programa que contribuiu para que a carne produzida em Mato Grosso do Sul seja reconhecida pela qualidade e seu diferencial sanitário dentro e fora do País, fortalecendo, assim, a cadeia produtiva e gerando números econômicos positivos ao Estado.
“O Precoce MS foi reformulado buscando principalmente a ampliação de sua segurança e dos processos de aferição de resultados de desempenho de estabelecimentos pecuários e dos produtos obtidos (animais)”, destacou Lamas. “Com importantes melhorias técnicas o subprograma busca agregar, de forma voluntária, atributos de qualidade e consequentemente valor à cadeia produtiva da bovinocultura de Mato Grosso do Sul.”
Como exemplo de melhorias pode-se citar a adoção das boas práticas agropecuárias, protocolos de gestão sanitária individual de animais, sistemas sustentáveis de utilização de áreas com capacidade de apascentamento abaixo do potencial existente, ao associativismo, à melhoria do peso e da cobertura de gordura dos animais, maior uniformidade nos lotes, além de oferecer padrão seguro e confiável dos seus produtos aos mercados nacional e internacional.
Banco de dados
Nesse novo formato, haverá cobrança de maior empenho e compromisso dos responsáveis técnicos pelos empreendimentos pecuários sob sua orientação, com a utilização de instrumentos legais como Anotação de Responsabilidade Técnica (ART’s), fiscalizados pelos Conselhos de Classe (CREA e CRMV).
Os estabelecimentos frigoríficos credenciados se comprometerão a dispor e utilizar equipamentos de coleta/transmissão de dados e informações sobre a tipificação de animais em tempo real ao banco de dados do Estado e, também, do pagamento de eventuais bonificações por depósito bancário na conta do beneficiário em até três dias após o abate.
Texto: Silvio Andrade
Fotos; Edemir Rodrigues