A primeira UPL da Frísia foi inaugurada em agosto de 2015, com capacidade para alojar 5 mil matrizes (Foto: Arquivo Frísia Cooperativa Industrial)
A Frísia Cooperativa Agroindustrial, antiga Batavo, pretende elevar sua capacidade de alojamento de leitões no sistema de gestação coletiva com a construção de mais duas unidades de produção em até oito anos, disse o gerente de Negócios Pecuários da empresa, Mauro Sérgio Souza, em entrevista à CarneTecna terça-feira (12).
Em agosto do ano passado, a Frísia inaugurou sua primeira Unidade de Produção de Leitões (UPL) no modelo de gestação coletiva e práticas sustentáveis, em Carambeí (PR), com investimento de R$ 40 milhões e capacidade para alojar 5 mil matrizes.
O plano da cooperativa é iniciar a construção de uma segunda unidade para mais 5 mil matrizes em 2017. Uma terceira unidade deverá ser construída nos três a quatro anos subsequentes, para chegar a uma capacidade total de alojamento de cerca de 20 mil matrizes em oito anos, explicou Souza. Antes da construção da primeira UPL a cooperativa já contava com 4,5 mil matrizes distribuídas em cerca de 30 produtores.
Além da gestação coletiva, a UPL da Frísia adota outras práticas modernas na criação de suínos com reuso de água, produção de biogás com resíduos, climatização em pressão negativa e produção em núcleo fechado – em que a matriz é produzida dentro da própria granja por meio de genética líquida, evitando perigo de contaminação do plantel.
Segundo Souza, as práticas adotadas cumprem as atuais exigências de bem-estar animal no exterior, além de melhorar a eficiência na produção e diminuir custos.
“Vou colecionando vantagens: a gestação coletiva e a climatização geram bem-estar animal, o padrão sanitário superior ajuda na melhora do desempenho e na redução de custo”, disse ele.
“Estamos investindo desde o início na produção com toda a responsabilidade para que a gente não tenha dificuldade de colocação do produto no mercado futuro”, acrescentou.
O sistema de gestação coletiva adotado pela nova unidade de produção da Frísia é o de “cobre e solta”, em que a fêmea é inseminada e imediatamente colocada em ambiente coletivo, mesmo antes da confirmação da prenhez.
Em agosto, os suínos produzidos na UPL seguem para o abate na unidade de industrialização em Castro (PR), aberta em parceria entre as cooperativas Castrolanda, Capal e Frísia. Nessa unidade, o produto é industrializado para venda com a marca Alegra Foods.
Segundo Souza, essa unidade de processamento de suínos é um atrativo para os cooperados que têm agora a segurança do destino de sua produção, agregando valor ao produto final.
“Temos a segurança de que, independentemente do comportamento do mercado atual, o consumo de carne suína é muito grande no mundo e tem um bom espaço para crescimento no Brasil”, disse Souza. “Sabemos que a carne suína é competitiva e tem muita qualidade ainda não percebida.”
Por Anna Flávia Rochas , Carnetec